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Cidades - História e problemas da urbanização

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

As primeiras cidades como Ur e Babilônia, surgiram na Mesopotâmia, nos vales dos rios Tigres e Eufrates, no atual Iraque. Por volta de 2500 a.C, acredita-se que Ur chegou a ter 50 mil habitantes, enquanto Babilônia, 80 mil. Depois outras cidades surgiram ainda associadas aos vales fluviais como Mênfis e Tebas, no vale do Nilo (Egito); Mohenjodaro, no vale do Indo (centro-norte da Índia); Pequim e Hang-chou, no vale do rio Amarelo (China).

Diversos pesquisadores afirmam que essas cidades fazem parte de "civilizações hidráulicas", pois surgiram associadas e dependentes aos rios que as abasteciam, principalmente em relação à necessidade de terras férteis e de irrigação para a produção de alimentos excedentes. Também surgiram cidades por volta de 500 a.C, como Tenochtitlán, capital do Império Asteca (atual Cidade do México) que chegou a ter 100 mil habitantes.

  • Ruínas de Ur, na Mesopotâmia (Iraque), cidade cujos primeiros vestígios datam de 6000 a.C


Com o passar do tempo as cidades chegaram a atingir dimensões impressionantes. Atenas, na Grécia antiga, em sua fase esplendorosa chegou a ter por volta de 250 mil habitantes. Já Roma, a capital do Império Romano, chegou a congregar no século 1º d.C., mais de um milhão de habitantes. Devido à expansão do Império Romano, novas cidades surgiram no norte da África, no Oriente Próximo, na Grécia, na Gália e na Bretanha.

Com a invasão dos povos bárbaros - vindos do norte e do leste da Europa - nas terras do Império Romano, encerrou-se o período histórico conhecido como Antigüidade e teve início a Idade Média, caracterizada por um retrocesso da urbanização.

Independentemente dos exemplos acima, a urbanização ganhou escala mundial somente no século 20.

Industrialização e crescimento urbano

O início desse processo de urbanização originou-se com a primeira Revolução Industrial no final do século 18, a partir da Inglaterra. A evolução das técnicas agrícolas, trazidas por ela, permitiu que o trabalho humano fosse sendo substituído pela força das máquinas. Isso possibilitou que o êxodo rural se tornasse a maior causa da urbanização nos últimos dois séculos.

Ao mesmo tempo em que expulsava a mão-de-obra do campo, a industrialização exercia uma força de atração das populações para as cidades, pois criava novos postos de trabalho urbano. Esse processo crescia a cada ano, porque com o aumento da população da cidade, o comércio foi estimulado, gerando mais postos de trabalho. Além disso, para atender a esse crescente contingente de pessoas que migraram para as cidades, houve também o crescimento do setor terciário, por causa da criação de novos serviços, o que originava mais trabalho.

Urbanização hoje

No século 20, o processo de urbanização se generalizou, ou seja, se espalhou por toda a superfície do planeta. Vale lembrar que até meados deste século o fenômeno da urbanização era lento e circunscrito aos países que primeiro se industrializaram, os chamados países desenvolvidos. Nos países em desenvolvimento, a urbanização se intensificou a partir de 1950, graças ao crescimento da industrialização.

No início do século 19, menos de 5% da humanidade vivia em cidades. No início do século 21, mais de 50% da população mundial já vive em cidades. Atualmente, três quartos dos habitantes dos países desenvolvidos vivem em cidades. Já entre os países em desenvolvimento, há grandes diferenças. Por exemplo, enquanto na América Latina e no Caribe a taxa de urbanização é tão elevada quanto à de países desenvolvidos, na Ásia e na África o índice não passa de 38%. Ao analisarmos os dados distribuídos na tabela abaixo, observamos que, de fato, a urbanização no mundo não é homogênea.

 

População Urbana (em %) - 2000

Àfrica38
Àsia37
América do Sul, América Central e México75
América do Norte77
Europa75
Oceania70
  • Fonte: Divisão de População, ONU, 2000.

Problemas urbanos

O inchaço das cidades gera graves conseqüências econômicas e sociais nos países, sobretudo aqueles em desenvolvimento, devido à rapidez do processo de urbanização e da carência de infra-estruturas urbanas (sistema de transportes, de energia, de água, de esgoto, de saúde e de moradia) para atender a todos os habitantes. Segundo a ONU, 30% da população mundial que reside em cidades vivem na absoluta pobreza. Entre 20 milhões e 40 milhões de famílias não têm onde morar e por volta de 920 milhões residem em favelas ou áreas irregulares.

Outro problema é a falta de postos de trabalho, o que leva 37% dos habitantes das cidades de países em desenvolvimento a trabalhar no setor informal. A esses problemas se somam o trânsito caótico, a alta produção de lixo, a violência, a poluição atmosférica, do solo e das águas, etc.

Para os problemas urbanos, de qualquer modo, não existem soluções mágicas, que se possam obter em curto prazo. Isso, se de fato existirem soluções - o que ninguém pode prever. No entanto, uma coisa é certa: o processo de urbanização é irreversível.

 

 

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