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Questões discursivas - Cinco cuidados para uma boa resposta

Sueli de Britto Salles, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

O que significa escrever bem? Seria essa habilidade avaliada apenas na prova de redação? A grande preocupação de alunos e professores com as provas de redação em concursos e vestibulares faz com que, muitas vezes, crie-se um véu de esquecimento sobre a importância da boa escrita nas questões discursivas. Essa é uma falha grave e precisa ser corrigida.

Assim como nas provas de redação, todos os tipos de questões que precisam de respostas escritas (ou seja, as que não são objetivas, como os testes) avaliam o candidato em suas habilidades de leitura, interpretação e produção de texto. Isso acontece porque não basta que o candidato tenha conhecimento do assunto questionado: a pergunta precisa ser bem compreendida para que a produção da resposta esteja adequada ao que foi solicitado.

A dificuldade na elaboração de respostas discursivas é um problema que acompanha a maioria dos estudantes em todo o período escolar. Para lidar com este problema, observemos algumas de suas possíveis causas.
 

Resposta excessivamente objetiva

Perguntas orais, normalmente, recebem respostas curtas, diretas. Assim, diante da pergunta: "Qual a capital da Argentina?", comumente se responde apenas: "Buenos Aires". Entretanto, esse excesso de objetividade não é adequado para provas escritas, pois nesse caso a resposta não passará de palavras soltas que, isoladamente, não possuem sentido. A primeira dica importante para responder às questões discursivas de qualquer disciplina, é a visão da resposta como um pequeno texto, que deve possuir sentido completo.
 


Tema certo, resposta errada

No nervosismo decorrente da prova, o candidato lê a pergunta e, feliz por conhecer o assunto e ansioso por responder logo, passando para a próxima questão, registra seu pensamento de qualquer jeito, sem reler o que escreveu. Resultado: muitas vezes expõe muitos dados ligados ao tema, mas não responde ao que foi perguntado.
 

Pergunta objetiva, resposta prolixa

Na insegurança de dar uma resposta curta e errar, o candidato opta por escrever tudo que sabe sobre o assunto, inclusive a resposta esperada, mas sem destacá-la. O problema, porém, é que o avaliador não saberá se o candidato realmente sabe a resposta ou está arriscando colocar vários dados para ver se algum preenche o solicitado. Resultado: prejuízo na nota.
 


Resposta incompleta

Algumas perguntas são divididas em tópicos. Em alguns casos, isso vem marcado claramente (item a, b, c...), mas em outros não, ou seja, durante a redação da pergunta encontram-se várias solicitações. Em ambos os casos, o candidato deve ficar atento para responder a todas essas solicitações, criando um texto com todas as informações necessárias.
 


Excesso de abstrações em questão dissertativa

As questões dissertativas, normalmente, trazem um tema polêmico, que deve ser analisado de modo crítico, num espaço relativamente longo (cerca de quinze linhas). O problema é que, por ter mais espaço que o normal para responder uma pergunta, o candidato pode cair em divagações abstratas, ou perder-se na hora de organizar o conjunto de informações de que dispõe sobre o tema.
 


E não se esqueça de revisar os aspectos gramaticais, como ortografia, acentuação, regência, concordâncias e sintaxe, garantindo que todas as frases estejam corretas e bem construídas. Vale a pena gastar um pouco mais de tempo com a elaboração das respostas para garantir o máximo de pontuação em cada uma delas. Uma resposta bem elaborada pode valer muito mais do que duas com notas parciais.