Nova ortografia

Brasil sai na frente com o Volp, diz presidente de comissão do MEC

Juliana Doretto
Especial para o UOL Educação

Godofredo de Oliveira Neto, presidente da Colip (Comissão da Língua Portuguesa), órgão ligado ao MEC (Ministério da Educação) que propôs medidas e prazos para a implantação do novo acordo ortográfico no Brasil, ainda não teve de encarar grafias como "heroico" e "magoo".

De férias, o presidente do Conselho Científico do IILP (Instituto Internacional de Língua Portuguesa), entidade da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), acha que terá algum problema com a escrita sem acento de ditongos abertos como os de 'ideia' e 'assembleia', mas acredita que a importância política do acordo e da iniciativa brasileira para a sua implantação é maior do que os pequenos desconfortos da grafia.
 

Oliveira Neto concorda sobretudo com a iniciativa da ABL (Academia Brasileira de Letras) de publicar um Volp (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa) brasileiro, antes de um documento unificado.

O acordo prevê a redação de um vocabulário ortográfico comum a todos os países lusófonos. Porém a ABL promete lançar ainda neste mês uma versão nacional, com soluções de grafia para casos não solucionados claramente pela reforma ortográfica.

"É uma iniciativa brasileira, para aplicar no Brasil. Num encontro maior, dos oito países da CPLP [Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste], o Brasil vai lançar a sua proposta. Não pode simplesmente ficar esperando. Senão ficaria um vácuo", diz.

Então o Volp nacional pode virar a base -- ou mesmo a íntegra -- do vocabulário unificado? O pesquisador e também romancista diz que, sim, há essa possibilidade, apesar de Portugal já ter demonstrado divergência em questões do uso do hífen.

Por enquanto, as medidas para a escrita do vocabulário unificado não saíram da gaveta. Em uma reunião ocorrida em novembro de 2008 entre os ministros da Cultura e da Educação dos países da CPLP, foi elaborada uma proposta de formar uma comissão para a redação da lista de palavras, mas sem prazo para isso.

Para Oliveira Neto, a importância do acordo fica ressaltada, se o olharmos pela perspectiva da política global de blocos. "A criação de um bloco lusófano mais forte só traz vantagens. Um texto brasileiro que traduza uma descoberta científica poderá ser usado em mais sete países. Isso o torna algo internacional."

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