Aluna que denuncia na internet problemas da escola é acusada de calúnia por professora e presta depoimento
A estudante Isadora Faber (13), conhecida após expor problemas do colégio público onde estuda através de uma rede social, foi chamada para prestar depoimento em uma delegacia de polícia, em Florianópolis, na últimaesta terça-feira (18).
Isadora Faber, 13, criou uma página na internet para apontar os problemas da escola
O motivo foi um boletim de ocorrência registrado por uma professora de português, que foi citada por Isadora, na página criada pela jovem no Facebook. Ela acusou a aluna da sétima série do ensino fundamental de calúnia e difamação.
Na mensagem, escrita em agosto, Isadora disse que a professora preparou uma aula sobre política e internet para humilhá-la, na frente dos colegas de sala. Ainda pela rede social, a estudante disse estranhar a situação atual, pois o assunto parecia haver se encerrado no início deste mês, quando a professora teria pedido desculpas.
“Nunca tinha entrado numa delegacia antes, mas lá dentro todos me trataram muito bem mesmo”, publicou a aluna, que foi junto com o pai à delegacia. A menina também divulgou uma imagem da intimação e do regimento interno da escola, entregue, segundo ela, por uma professora do colégio.
A produtora de vídeo Mel Faber, mãe de Isadora, disse que a filha não recebe apoio de professores ou da direção do colégio, mas que nunca pensou em transferi-la por causa do episódio.
“A Isadora se sente cada vez mais forte, depois de ter sido convidada por um promotor de justiça da Bahia, que desenvolve um trabalho sobre cidadania. Ela vai contar a história dela com o ‘Diário de Classe’”, orgulha-se a mãe.
OUTRO LADO
A presidente do sindicato dos funcionários públicos municipais de Florianópolis, Rosangela Soldatelli, disse que conversou com a direção da escola, nesta quarta-feira (19). A direção alertou que a professora estava seguindo o planejamento didático, disponibilizado pelo Governo Federal.
“A liberdade de expressão é uma conquista do povo brasileiro, mas o exercício da profissão é um direito também, e um direito não pode desqualificar o outro”, opina a presidente do sindicato, entendendo que a iniciativa da menina é “ótima”, mas que a professora tem direito à defesa.
Procurada, a secretaria de Educação de Florianópolis disse que não se posicionaria sobre o caso.
HISTÓRICO
A página do Facebook criada por Isadora, chamada “Diário de Classe”, se tornou conhecida em todo o país com relatos dos problemas na Escola Municipal Maria Tomázia Coelho. Após a repercussão do caso, o colégio começou a receber reformas. Um professor de matemática, criticado no blog da estudante, foi demitido.
Mais de 270 mil pessoas já “curtiram” a página na rede social.
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