Enem 2012: Estudantes organizam protestos por nova correção da redação
Um grupo de estudantes insatisfeitos com as notas da redação do Enem 2012, divulgadas pelo MEC (Ministério da Educação) na semana passada, convocou para esta quarta-feira (2) protestos em pelo menos 13 cidades para pedir que a organização do exame antecipe a divulgação dos espelhos de correção e permita recursos contra as notas da redação.
O grupo “Ação judicial – Redação Enem 2012”, organizado pelo Facebook, quer que a divulgação dos espelhos de correção dos textos ocorra antes da abertura das inscrições para o Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que está previsto para a próxima segunda-feira (7). O Sisu seleciona candidatos para a maioria das faculdades federais por meio da nota do Enem. Os estudantes também pedem um prazo hábil para recorrer da nota.
A divulgação das redações corrigidas está prevista para o dia 6 de fevereiro. De acordo com o MEC, os candidatos não têm direito a recurso, como previu o edital desta edição do Exame Nacional.
Na rede social, os membros do grupo criticam os métodos de correção das redações e se dizem prejudicados por um sistema de “sorteio” de boas notas. “Alegamos que participamos do Enem 2012 e, quando da divulgação das notas, fomos surpreendidos com a nota atribuída na prova de redação”, diz o texto da petição.
Após as passeatas, os estudantes pretendiam entregar ao MPF (Ministério Público Federal) e à DPU (Defensoria Pública da União) em cada cidade uma petição para abertura de uma ação civil pública contra o MEC e o Inep (Instituto Nacional de Estudos Educacionais Anísio Teixeira), responsável pela prova. Até o fim da tarde desta quarta, a petição virtual já tinha 9.577 assinaturas. A página do grupo no Facebook, por sua vez, tinha 27.630 membros.
Mudanças na redação
Após batalhas judiciais em 2010 e 2011, o MEC firmou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o MPF do Distrito Federal para permitir a divulgação das redações com caráter de “revisão pedagógica”, sem previsão de recursos.
Nesta edição, a correção da redação mudou. Dois corretores, a princípio, avaliaram a redação do candidato. Se a diferença entre a nota final deles foi superior a 200 pontos na nota total ou de 80 pontos em cada uma das competências, um terceiro corretor entrou em cena. A nota final foi a média aritmética simples das menções “mais próximas”. Caso a discrepância permanecesse, uma banca, formada por três avaliadores, corrigiu novamente o texto. Ela, então, determinou a nota final do candidato.
Para esclarecer a correção da redação do Exame Nacional, o Inep publicou um guia do participante com exemplos de textos-modelo para a prova.
O acordo pôs fim às ações contra o exame na época, movidas especialmente pelo procurador da República no Ceará Oscar Costa Filho. Ele chegou a obter liminares na 1ª instância, mas que foram revertidas no TRF-5 (Tribunal Regional Federal da 5ª Região).
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