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Greve dos professores atinge 76% das escolas estaduais do Paraná

23.abr.2014 - Professores da rede estadual de ensino realizam ato em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo paranaense, em Curitiba, na manhã desta quarta-feira (23) - Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo
23.abr.2014 - Professores da rede estadual de ensino realizam ato em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo paranaense, em Curitiba, na manhã desta quarta-feira (23) Imagem: Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo

Osny Tavares

Do UOL, em Curitiba

23/04/2014 10h48Atualizada em 23/04/2014 14h40

Os professores da rede estadual de ensino do Paraná começaram nesta quarta-feira (23) uma greve por tempo indeterminado. Levantamento da secretaria de educação divulgado no início da tarde apontou que 76% de escolas foram afetadas, sendo 53% de forma parcial e 22% de forma total. Os 24% restantes tiveram aulas normalmente pela manhã.

A rede possui 2.149 escolas, 72 mil professores e 23 mil funcionários. Com rumores sobre a greve circulando desde a semana passada, vários pais decidiram não enviar os filhos às aulas hoje. A Seed orientou as escolas a permanecerem abertas para atender e informar pais e alunos.

A categoria exige a implantação da hora-atividade de 33% da carga horária, mudanças no modelo de atendimento à saúde e fim do desconto do vale transporte para profissionais afastados em licença médica. Os professores também pedem reajuste salarial de 10%, implantação do piso nacional e reajustes no piso regional, além de novos concursos públicos e agilidade no PSS (Processo Seletivo Simplificado).

De acordo com o sindicato, vários destes itens vinham sendo negociados com o governo do Estado desde o ano passado, porém o poder público teria interrompido as conversas. “Agora, o fim da greve vai depender da sensibilidade do governo em apresentar algo que seja convincente para a categoria”, afirma Edilson de Paula, secretário de assuntos municipais da APP-Sindicato (Associação dos Professores do Paraná). 

O primeiro ato da greve é uma manifestação em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo do Paraná, em Curitiba, com a participação de 1.000 servidores, de acordo com o sindicato, iniciada na manhã desta quarta. Os professores estão montando um acampamento em frente ao prédio e prometem permanecer em vigília até o final da paralisação, em rodízio com 200 manifestantes em cada turno. Outros atos ocorrem nos demais 28 núcleos da APP no estado do Paraná.

Outro lado

Em nota, a Seed afirma que “mantém diálogo permanente com os profissionais do magistério e está honrando a pauta de reivindicações apresentada pelo Sindicato dos Professores do Paraná desde o início da atual gestão.” A secretaria apresentou contrapropostas e destacou o custo da implementação.

O aumento da hora-atividade dos atuais 30% para 33,3% demandaria R$ 17 milhões ao mês e deve ser implantado a partir do próximo ano letivo, diz a nota. O Estado oferece 6,06% de reajuste na data-base, atualmente em R$ 3.005,94 para 40 horas semanais. De acordo com o governo, o valor é 70% superior ao piso nacional.