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CNPq pode deixar de financiar parte do Ciência sem Fronteiras

Michèlle Canes

Da Agência Brasil, em Brasília

25/02/2015 08h42Atualizada em 25/02/2015 14h12

O novo presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), o bioquímico Hernan Chaimovich, tomou posse na terça-feira (24) e disse que parte dos financiamentos dos recursos destinados ao Programa Ciência sem Fronteiras poderia vir de outras fontes. “É possível negociar que parte do esforço imenso do Ciências sem Fronteiras não seja financiado por fontes que venham do CNPq, mas por outras fontes de recurso.”

Sobre quais seriam essas outras fontes, o novo presidente disse que o CNPq não deve ser o responsável por defini-las. “Isso a gente vai ter que conversar com quem tem os recursos. Não é o CNPq que vai decidir da onde vêm os recursos”. Hoje, o Programa Ciência sem Fronteiras é fruto de esforço conjunto dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e do MEC (Ministério da Educação), por meio de suas respectivas instituições de fomento (CNPq e Capes), e das secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC.

Apesar disso, Chaimovich destacou a importância do programa para o país. “Acho que a vinda de pesquisadores estrangeiros via Programa Ciência sem Fronteiras para o Brasil foi um avanço brutal para esse país. Os programas de pós-doutoramento e de pós-graduação sanduíche foram uma vantagem gigantesca para o país.”

Durante o discurso, ele falou sobre alguns de seus princípios para a nova gestão. “O CNPq deve financiar exclusivamente aquilo que o CNPq, e só o CNPq, pode financiar no país para um desenvolvimento cientifico, social e econômico sustentáveis e socialmente justo. Se cada órgão focar naquilo que pode fazer, ou naquilo que faz de melhor, a execução de projetos nacionais e utilização de recursos públicos pode ser otimizada."

Hernan Chaimovich  responde pelo CNPq desde o dia 10 de fevereiro, substituindo Glaucius Oliva na presidência do órgão.