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Após reunião sem acordo, docentes tentam invadir Secretaria de Educação

Do UOL, em São Paulo

23/04/2015 14h39Atualizada em 23/04/2015 18h15

Após reunião com a Secretaria de Educação na manhã desta quinta-feira (23), professores da rede estadual de São Paulo tentaram invadir o prédio da pasta, na praça da República, região central da capital paulista.

Segundo a Polícia Militar, cerca de 500 manifestantes participaram da ação. Por volta das 13h45, os docentes quebraram os vidros de uma porta da secretaria. Eles usaram um pedaço de ferro para forçar a entrada no prédio, mas foram contidos pelos seguranças do local.

O encontro de duas horas terminou sem acordo entre a secretaria e o sindicato dos professores, de acordo com a presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Maria Izabel Noronha. "Foi uma reunião frustrante, porque estamos chegando ao 42º dia de greve e não tivemos nenhuma proposta." Para o sindicato, 2 mil pessoas participaram da vigília na praça da República.

A secretaria informou que apresentou, durante a reunião, três propostas. São elas, política salarial pelos próximos 4 anos com data base em 1º de julho; envio de lei à Assembleia Legislativa que inclui os temporários na rede de atendimento do Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual) e estabelece a redução da exigência de 200 dias de intervalo a partir do terceiro contrato destes docentes (duzentena).

A greve

Uma nova assembleia está marcada para acontecer nesta sexta-feira (24) às 14h no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo). A greve já completa mais de 40 dias.

Entre as reivindicações, os professores pedem a valorização da carreira, reajuste salarial que equipare perdas salariais, aumento do valor do vale-transporte e do vale-alimentação e são contra o fechamento de salas de aulas, o que ocasionou a demissão de 20.000 professores e superlotou turmas remanescentes.

A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo afirmou que "avalia que a decisão do sindicato é extemporânea e ofensiva aos pais e alunos paulistas, uma vez que a categoria recebeu o último aumento salarial há sete meses, em agosto de 2014, o que consolidou um reajuste de 45%".

Segundo a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, em 2011 foi instituída uma política salarial que permitiu aos professores e demais servidores da rede estadual de ensino um aumento salarial de 45% em quatro anos.

A Apeoesp argumenta que, passados os quatro anos, o reajuste está defasado e que por isso o aumento de 75,33% equipararia as perdas salarias aos vencimentos das demais categorias de nível superior. Hoje, o salário é de R$ 2.145, para 40 horas semanais.