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Quer estudar em uma universidade nos EUA? Veja 7 dicas de quem passou

Rafael Hupsel/Folhapress
Imagem: Rafael Hupsel/Folhapress

Edgard Matsuki

Do UOL, em Brasília

28/04/2015 13h03

Já no primeiro semestre do ano, estudantes que estão terminando ou já concluíram o ensino médio vislumbram vagas em universidades – e alguns estão de olho em oportunidades no exterior. Para essa turma, as universidades norte-americanas viram destino cobiçado e cada vez mais procurado. Dados do Institute Internacional of Education (IIE) apontam que 13.286 brasileiros passaram por instituições de ensino superior dos EUA no ano de 2014 – um crescimento de 22% desde 2012.

Um dos principais caminhos para ingressar em uma universidade nos Estados Unidos é por meio dos testes de seleção, chamados de application. Mais complexo do que os vestibulares brasileiros, o application avalia o estudante por meio de redações que ele escreve (as essays), pelo currículo escolar, cartas de recomendação, prêmios, entrevistas e, assim como no Brasil, por provas.

Para ajudá-lo no processo, o UOL  conversou com os estudantes Hugo Vasgestian, Allan Costa e Henrique Melo, que conseguiram ser aprovados e estão prestes a embarcar para estudar na terra do Tio Sam, e separou sete dicas para quem deseja uma vaga nos Estados Unidos. Confira:

1 – Crie um planejamento e entenda como funciona o processo seletivo

É preciso criar um planejamento de estudos para as provas das universidades nos EUA. Cada universidade tem exigências diferentes no processo seletivo. Por isso, é importante entender exatamente o que as instituições exigem para um aluno estrangeiro. “Por mais que o conteúdo seja bem similar ao conteúdo tradicional de ensino médio de Brasil, possui algumas diferenças que podem atrapalhar o candidato”, afirma Hugo Vasgestian. As perguntas nos testes norte-americanos são mais diretas e precisam ser respondidas com mais agilidade. Por isso, uma das grandes jogadas para estudar para um SAT é fazer simulados, treinar resolver e responder rapidamente e aprender a manter o controle em uma prova rápida. Vale a dica de refazer provas antigas – mesma estratégia recomendada aos vestibulandos do Brasil – e espiar redações que foram aprovadas para entender a estrutura de texto valorizada. 

2 – Junte documentos com antecedência

Cartas de recomendação dos seus professores também costumam pesar na hora das avaliações das universidades. “A principal dica é pedir para eles serem bem específicos, dando exemplos concretos que ilustrem todas as qualidades que eles afirmam que você tem. É bom explicar que notas e prêmios não devem ser listadas nas cartas”, conta Henrique.

3 – Seja natural na entrevista

O momento final da avaliação é entrevista. Se você chegou até lá, precisa manter a calma. Os três estudantes entrevistados concordam em dizer que a sinceridade é essencial. Explique por que você se encaixa vaga pretendida. “As entrevistas finais, por exemplo, levaram quase duas horas. O que não podia faltar era história pra contar”, diz Allan.

4 – Dinheiro: fique atento às oportunidades de bolsas de estudos

Ao contrário do que se imagina, ter dinheiro não é fator preponderante para se estudar no exterior. É possível se inscrever e estudar lá sem precisar pagar nada. O conselho dos “veteranos” é ficar de olho em instituições que possam dar bolsas de estudo e separar a papelada para comprovar que não tem condições para pagar inscrição: “Mire em ganhar uma bolsa, e caso não possa pagar as taxas de inscrição para os testes, é possível ser dispensado de pagá-las se for possível comprovar sua condição financeira”, aponta Hugo.

Programas como o Prep Scholars (que têm inscrições até o dia 18 de abril) também podem dar uma mão para quem quer ir para o exterior. Por isso, é preciso ficar esperto com os prazos de inscrição. Henrique conseguiu a vaga após seis meses estudando com a ajuda do programa: “Se eu tenho uma dica para dar é se inscrever no Prep Scholars”.

5  – As notas na escola precisam ser boas

Nas seleções para universidades norte-americanas, o histórico escolar tem peso. Por isso, tente ser um aluno nota dez. “Manter uma nota estável e boa ao longo do ensino médio pode ser um fator decisivo na hora de entrar em uma faculdade norte-americana.”, diz Allan Costa.  “[Estudar em uma boa escola] Ajuda na hora de fazer as provas, mas, fora isso, acho que não há muita vantagem. As universidades avaliam os alunos de acordo com seus contextos”, completa Henrique Melo.

6 – Destaque-se em atividades extracurriculares

Ter boas histórias para contar vai ajudar, e muito, na hora das entrevistas e redações. “Os americanos realmente valorizam essas atividades, seja participação em clubes escolares como o de teatro, coral, vídeo”, diz Hugo, que já realizou trabalhos de arte e ganhou prêmios de redação.

Henrique também foi beneficiado pelo currículo fora das aulas. Ele já ganhou medalhas de ouro em duas edições da Olimpíada Amazonense de Química e participou em projetos em startups. Já Allan chegou à Olimpíada Internacional de Biologia e também praticou capoeira. O esporte o ajudou na hora da redação: “Usando as cenas do jogo, delineei minha personalidade e meu caráter a partir das inúmeras metáforas que podem aparecer na capoeira”.

7 – Estude inglês

Parece óbvio, mas não é. Um conhecimento avançado da língua inglesa é pré-requisito para quem deseja estudar no exterior. Ser fluente também vai ajudar na hora de colocar as ideias em uma redação ou na entrevista. Não precisa ser um inglês impecável como de um nativo, mas pelo menos o suficiente para conseguir passar em uma prova do TOEFL (teste de proficiência de inglês) – a nota mínima é 61 pontos de 120. Se você pode passar um tempo no exterior para reforçar idioma, ótimo – caso contrário, use a leitura, assista a filmes e treine com outros falantes.