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Termina sem acordo reunião entre professores em greve e Governo do RJ

Akemi Nitahara

Da Agência Brasil, no Rio de Janeiro

06/04/2016 10h23

Após quase três horas, terminou sem acordo a reunião entre o Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe) e o secretário de Estado de Educação, Antonio Vieira Neto, para encerrar a greve da categoria, que já dura 35 dias. No entanto, segundo o sindicato, houve avanço na negociação das reivindicações que não envolvem questões financeiras.

A reunião ocorreu na noite de ontem (5) na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), com a presença de deputados que se comprometeram a tentar encaminhar projetos que atendam às reivindicações dos profissionais da educação.

A coordenadora do Sepe Marta Moraes disse que o principal resultado da reunião foi a retomada do processo de negociação. “Tivemos uma audiência com o secretário de Educação e a liderança do governo, teremos com a presidência da Casa, conseguimos agendar as reuniões para a pauta pedagógica para o dia 14 de abril e amanhã [hoje] seremos informados da audiência com o governador”, listou.

Pautas

As reivindicações financeiras, que incluem o pagamento integral de salários atrasados e do décimo terceiro - sem parcelamento -  serão tratadas com o governo do estado, segundo Marta.

Já a pauta pedagógica vai ser discutida com a Secretaria de Educação. “Queremos resposta imediata para questões como um terço do tempo [da carga horária] para planejamento, nenhuma disciplina com menos de dois tempos, como acontece atualmente com filosofia e sociologia. São questões que vem angustiando muito a categoria e que, de alguma forma, nós vimos o encaminhamento dado aqui hoje”, disse a coordenadora do sindicato.

O secretário Antonio Vieira Neto disse que ficou satisfeito com o resultado da conversa com o sindicato, porém, reiterou que muitas reivindicações da categoria não dependem apenas da pasta. “Tem pontos que estão além da decisão da Secretaria da Educação, que envolvem decisões de governo, de orçamento, então isso não cabe somente à secretaria”, explicou.

Os profissionais da educação em greve também reivindicam eleição direta para a direção das escolas, fim a política de meritocracia, condições estruturais de trabalho nas escolas, minuta e cronograma para concessão de licença especial, retificação do decreto de abono das greves de 1993 a 2016, enquadramento por formação, descentralização da perícia, esclarecimento sobre corte de ponto e suspensão do calendário letivo.