07/10/2009 - 18h01
Para diretora da PF, segurança do Enem precisa de "racionalidade"
Claudia Andrade
Do UOL Notícias
Em Brasília
O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, afirmou nesta quarta-feira (7) que a segurança do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) não depende do número de agentes envolvidos, mas da "racionalidade" do planejamento.
"Isso é uma questão de capacidade. A capacidade da Polícia Federal hoje é de fazer uma análise do processo, verificar onde tem gargalo de risco e analisar qual a demanda necessária. Eu não acredito que precisa de muito efetivo não, nós só precisamos é ter racionalidade", afirmou.
Segundo Corrêa, um grupo técnico da PF já trabalha com o Ministério da Educação para analisar toda a logística, principalmente o processo de segurança da prova, que foi remarcada para os dias 5 e 6 de dezembro. Inicialmente, o exame seria aplicado a mais de 4 milhões de estudantes no último fim de semana, mas teve de ser cancelado depois que seu conteúdo vazou.
Em reunião com o ministro Tarso Genro (Justiça), nesta terça, o ministro da Educação, Fernando Haddad, solicitou apoio para garantir a segurança da execução da prova no início de dezembro. Toda a estrutura do Ministério da Justiça foi colocada à disposição, o que inclui, além da Polícia Federal, a Força Nacional de Segurança e a Polícia Rodoviária Federal.
A PF vai ficar responsável pela parte de inteligência. "A Polícia Federal vai observar qual é o processo logístico, a tramitação normal (do processo), quais são os passos. E (a partir daí) fazer uma análise de onde tem risco de falha e auxiliar nesse sentido, chamando a atenção, dizendo: 'aqui pode ter problema'", explicou Corrêa.
Segundo ele, caso seja identificado algum problema de segurança física, a Força Nacional pode ser acionada, assim como a Polícia Rodoviária, para um eventual comboio que acompanhe as provas.
"A PF estará controlando isso, (levantando) algum dado sobre quem possa estar interessado em tumultuar esse processo", disse o diretor-geral.
Questionado sobre a presença de agentes em salas de prova, Corrêa descartou a possibilidade. "Não tem isso. É só no processo, na retaguarda".
Correios
O presidente dos Correios, Carlos Henrique Custódio, afirmou nesta quarta-feira (7) eu a instituição "está preparada" para distribuir as provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), mas destacou a importância do apoio da Força Nacional para a segurança do processo.
"Nós estamos preparados, mas logicamente que vamos precisar da Força Nacional e da Polícia Federal no aspecto de inteligência e preservação das provas", disse.
Custódio informou que os Correios receberão as provas lacradas e entregarão da mesma forma ao responsável pela aplicação nos locais de Exame. "Esse processo do lacre é de suma importância".
O Enem, que seria aplicado a mais de 4 milhões de estudantes no último fim de semana, teve de ser cancelado depois que seu conteúdo vazou. Após o vazamento, surgiram denúncias de provas que teriam sido entregues a coordenadores regionais com um lacre frágil, de fácil violação.
O Ministério da Educação quebrou o contrato com o consórcio que era responsável pela prova e contratou duas outras instituições, em caráter emergencial. Além disso, pediu apoio da Polícia Federal e da Força Nacional para a segurança do processo e dos Correios, para a distribuição. Uma nova prova foi marcada para os dias 5 e 6 de dezembro.
O esquema a ser adotado pelos Correios será semelhante ao adotado durante as eleições, para distribuição das urnas de votação. "A guarda e a distribuição não têm problema nenhum. É uma operação simples para os Correios, onde até hoje não se encontrou nada que desabonasse a instituição".
"O princípio é o mesmo porque a confidencialidade da urna ou da prova é dado como um dogma. Isso é inviolável. O que muda, talvez, é que, por conta da atratividade que o tema tem trazido, possa alguém de mau espírito querer fazer alguma coisa que não foi benéfica".
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