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Afrânio Peixoto Romancista e ensaísta brasileiro

17 de dezembro de 1876, Lençóis, BA (Brasil)

12 de janeiro de 1947, Rio de Janeiro, RJ (Brasil)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

02/10/2009 19h30

Médico formado pela Faculdade de Medicina da Bahia (em 1897), Afrânio Júlio Peixoto foi professor universitário (nas faculdades de medicina e direito), higienista, deputado federal e reitor da Universidade do Brasil.

Transfere-se para o Rio de Janeiro em 1900, já com um livro publicado: Rosa mística, prosa simbolista que revela a influência de D'Annunzio e Eugênio de Castro. Depois de longo intervalo, publica, em 1911, A Esfinge, seu primeiro romance, que obteve grande sucesso.

Seguiram-se vários outros romances, escritos em meio à intensa atividade científica e social do autor. Na sua trilogia de romances regionalistas - Maria Bonita (1914), Fruta do mato (1920) e Bugrinha (1922) -, violentamente criticados pelos modernistas, mostra-se importante a análise psicológica das personagens femininas.

Apesar dos aspectos positivos de sua obra, o Modernismo determinou uma reviravolta na avaliação do público a respeito de seus romances, relegando-os a segundo plano na literatura brasileira.
 

Amor à terra

Segundo Massaud Moisés, "não obstante infenso ao ideário cientificista posto em moda pelo Realismo, Afrânio Peixoto dele herdou o gosto pela objetividade. Retratista da mulher, toca-lhe apenas as zonas dos sentimentos, sem lhe buscar jamais as profundezas da alma. Seus romances regionalistas, dos quais Fruta do mato ainda resiste ao tempo, documentam-lhe com fidelidade o acendrado e jacobino amor à terra".

Além das edições acríticas de Castro Alves e Gregório de Matos, Afrânio Peixoto publicou obras de crítica literária - dentre as quais vários estudos sobre Camões, que lhe granjearam notoriedade no Brasil e em Portugal - e de medicina legal, em que era especialista.

Foi membro da Academia Brasileira de Letras.
 

Pequeno Dicionário de Literatura Brasileira; Enciclopédia Mirador Internacional