Afrânio Peixoto Romancista e ensaísta brasileiro
17 de dezembro de 1876, Lençóis, BA (Brasil)
12 de janeiro de 1947, Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
Médico formado pela Faculdade de Medicina da Bahia (em 1897), Afrânio Júlio Peixoto foi professor universitário (nas faculdades de medicina e direito), higienista, deputado federal e reitor da Universidade do Brasil.
Transfere-se para o Rio de Janeiro em 1900, já com um livro publicado: Rosa mística, prosa simbolista que revela a influência de D'Annunzio e Eugênio de Castro. Depois de longo intervalo, publica, em 1911, A Esfinge, seu primeiro romance, que obteve grande sucesso.
Seguiram-se vários outros romances, escritos em meio à intensa atividade científica e social do autor. Na sua trilogia de romances regionalistas - Maria Bonita (1914), Fruta do mato (1920) e Bugrinha (1922) -, violentamente criticados pelos modernistas, mostra-se importante a análise psicológica das personagens femininas.
Apesar dos aspectos positivos de sua obra, o Modernismo determinou uma reviravolta na avaliação do público a respeito de seus romances, relegando-os a segundo plano na literatura brasileira.
Amor à terra
Segundo Massaud Moisés, "não obstante infenso ao ideário cientificista posto em moda pelo Realismo, Afrânio Peixoto dele herdou o gosto pela objetividade. Retratista da mulher, toca-lhe apenas as zonas dos sentimentos, sem lhe buscar jamais as profundezas da alma. Seus romances regionalistas, dos quais Fruta do mato ainda resiste ao tempo, documentam-lhe com fidelidade o acendrado e jacobino amor à terra".
Além das edições acríticas de Castro Alves e Gregório de Matos, Afrânio Peixoto publicou obras de crítica literária - dentre as quais vários estudos sobre Camões, que lhe granjearam notoriedade no Brasil e em Portugal - e de medicina legal, em que era especialista.
Foi membro da Academia Brasileira de Letras.