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Alfred Adler Médico e psiquiatra austríaco

7 de fevereiro de 1870, Viena (Áustria)

28 de maio de 1937, Aberdeen, Escócia (Reino Unido)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

09/04/2009 17h56

Atraído pelas pesquisas de Freud no campo da etiologia da histeria e das neuroses, Alfred Adler orientou seus estudos para a neuropsiquiatria a partir de 1901.

Já em 1902 integrava o grupo psicanalítico de Freud, sem aceitar a importância que o criador da psicanálise atribuía aos fatores sexuais. Em 1911 separou-se definitivamente de Freud, fundando sua própria sociedade.

A ideia básica da doutrina de Adler é a tendência do indivíduo para compensar o sentimento de inferioridade, reforçada por uma agressividade inata.

Já na sua primeira obra, Estudo sobre a compensação psíquica do estado de inferioridade dos órgãos, afirmou a sua concepção original: muitos comportamentos normais e patológicos seriam tentativas, com êxito ou inadequadas, de resolver as frustrações desencadeadas por inferioridades físicas, que impedem o indivíduo de alcançar as suas finalidades.

Segundo Adler, a criança, seguindo os instintos do ego, tenta impor-se e dominar. Vê malograda a sua tentativa diante das pressões do meio familiar e social, e passa a incubar um sentimento de inferioridade, forjando compensações. Se essa situação de conflito não se resolve através do desenvolvimento, o sentimento se cristaliza em complexo, e o indivíduo foge, refugiando-se na neurose.

Porém, no esforço constante de compensar a sua inferioridade, o indivíduo pode ultrapassar o seu objetivo, chegando à "supercompensação". Adler achava, portanto, que a reação à frustração podia conduzir a resultados de alto valor.

Adler rejeitava a ideia de Freud sobre a importância dos instintos dominadores do ego. Minimizava o papel da libido e acentuava a importância dos fatores psicológicos individuais e principalmente sociais na formação da personalidade desde a mais tenra idade.

Adler relacionava o sentimento de inferioridade com o lado feminino do ser humano, qualificando a sua compensação de "protesto masculino". Depois, passou a interpretar esse processo psicológico em termos de "vontade de poder" (dentro do conceito formulado por Nietzsche). Em sua opinião, a própria relação sexual seria impelida não pelo instinto sexual, mas sim pela agressividade inata.
 

Aspectos sociais da consciência

Para Adler, a personalidade humana implica sempre certa finalidade, e o comportamento humano é sempre condicionado por um fim para o qual se orienta desde cedo. A essa orientação fundamental, Adler deu o nome de "plano de vida".

Todos os valores nascem das necessidades da vida social, segundo Adler, e a grande tarefa do educador é o desenvolvimento da consciência de pertencer a uma comunidade, desde a infância, de maneira a harmonizar as exigências individuais com as da sociedade. Ou seja, o indivíduo de personalidade sadia deve ter "interesse social", buscar o bem-estar da comunidade.

Adler concentrou suas ideias mais nos aspectos sociais da consciência do que no inconsciente reprimido. Sua doutrina teve grande repercussão nos Estados Unidos, onde proferiu regularmente conferências depois de 1926.
 

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