Américo Vespúcio Navegador italiano
09/03/1454, Florença, Itália
22/02/1512, Sevilha, Espanha
Américo Vespúcio era de uma família tradicional e aristocrática de Florença. Desde os 17 anos trabalhou para os poderosos Médici, como contador na casa bancária da poderosa família.
Enviado em 1489 a Sevilha, Vespúcio conheceu Giannoto Berardi, sócio dos Médici e um conhecido financiador e armador de navios. Através dele, Vespúcio conheceu Colombo, logo após o retorno do navegador de sua primeira viagem (1492-93).
Aos 45 anos, Vespúcio decidiu "ganhar o mar" e, em 18 de maio de 1499, partiu com a expedição de Alonso de Hojeda (que provavelmente ajudou a financiar). Saindo de Cádiz, as caravelas alcançaram a costa norte da América do Sul (Suriname, Trinidad, Haiti, etc.) e retornaram a Espanha em 8 de junho de 1500.
No mês seguinte Vespúcio escreveu a seu antigo patrão, Lorenzo di Médici, não só omitindo o nome de Hojeda, mas colocando-se na posição de comando. D. Manuel 1º, entusiasmado com as notícias de Vespúcio e com as informações sobre a Terra de Santa Cruz, trazidas por integrantes da esquadra de Cabral, organizou outra expedição ao Brasil, confiando-a ao florentino.
A princípio Vespúcio hesitou, ainda cansado, e em conflito se deveria navegar sob a bandeira portuguesa. Mesmo assim, partiu de Lisboa em 13 de maio de 1501 sob o comando de Gonçalo Dias. A frota navegou rumo às ilhas Canárias. Parando em Bezeguiche (atual Dacar, Senegal), próximo a Cabo Verde, encontrou com o navio de Diogo Dias e com a caravela Nossa Senhora Anunciada, que aguardava o resto da esquadra de Cabral.
Nesse encontro, Vespúcio pode colher preciosas informações com Gaspar da Gama e teve a certeza de que estavam falando sobre um novo continente. Em agosto de 1501, as três caravelas da esquadra de Gonçalo Coelho ancoram na Praia de Marcos, litoral do atual Rio Grande do Norte. O contato com os nativos não foi amistoso e os viajantes puderam ver um dos marujos ser devorado pelos índios.
Gonçalo Coelho achou melhor zarpar do local, contornando o litoral do Brasil rumo ao sul. Munidos de um calendário Litúrgico, começaram a batizar os lugares onde atracavam, com nome de santos do respectivo dia. Como exemplo, em 1 de novembro de 1501 à baía, denominada Baia de Todos os Santos. Em 1 de janeiro de 1502 os tripulantes deparam-se com o que pensavam ser a foz de um rio, batizando o local com o nome de Rio de Janeiro.
De volta a Lisboa em 1502, Vespúcio escreveu a Lorenzo de Médici e falou das árvores (inclusive do pau-brasil), dos frutos saborosos, dos animais e dos habitantes de "corpo bem feito" do novo mundo.
No ano seguinte uma nova expedição foi formada, com Gonçalo Coelho novamente no comando. Em 10 de agosto a frota avistou um arquipélago (Fernando de Noronha) e Gonçalo Coelho, atingindo alguns recifes, naufragou. Pediu então a Vespúcio que procurasse um porto e o aguardasse. Após oito dias, Vespúcio descobriu que os outros navios o tinham abandonado. Com seus companheiros, prosseguiu a viagem e construiu uma feitoria (provavelmente em Cabo Frio), recolhendo pau-brasil para levar a Portugal.
Quando retornou à Europa, já havia sido publicado na Alemanha um panfleto em latim, com quinze páginas, narrando uma viagem de Vespúcio ao "Novo Mundo". A popularidade trazida pelas narrativas converteu-o num dos textos mais vendidos à época. Foi o cartógrafo Martin Waldseemüller quem primeiro nomeou o novo continente de América, em sua homenagem.
Vespúcio permaneceu alguns meses em Lisboa após sua terceira viagem, mas no ano seguinte, de volta à Espanha, recebeu em 24 de abril de 1505, a naturalização por parte da Corte espanhola. Também após seu retorno a Sevilha, Vespúcio se casou com Maria Cerezo, sua esposa até a morte dele em 1512.