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Aristófanes Dramaturgo grego

448 a.C., Atenas (Grécia)

380 a.C., Atenas (Grécia)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

07/07/2008 16h19

Aristófanes nasceu em Atenas e viveu, aproximadamente, entre 448 e 380 a.C. Pouco se conhece de sua vida. Deve ter recebido cuidadosa educação, a julgar pela cultura que demonstra em suas obras e pelos ataques que faz contra a ignorância. Assinou as primeiras comédias com um pseudônimo, mas revelou sua verdadeira identidade depois de alcançar sucesso.

Aristófanes era ligado ao partido aristocrático e combateu violentamente os demagogos Cléon e Hipérbolo, então dominantes na cidade. A incontrolada liberdade da comédia foi consideravelmente reduzida com a ascensão dos aristocratas ao poder, mas o dramaturgo conseguiu adaptar-se às limitações.

Diálogos vivos e inteligentes

Das quarenta peças que escreveu, chegaram até nós, integralmente, apenas 11. Das restantes, só conhecemos fragmentos. Aristófanes especializou-se na sátira social e política, e é difícil encontrar um escritor de agressividade igual.

Seus conhecidos enredos, às vezes descuidados, e a linguagem obscena são herança da tradição literária grega anterior. O mérito de Aristófanes está nos diálogos, vivos e inteligentes, na agudeza das paródias, na inventiva de algumas cenas e no abundante lirismo dos corais.

Aristófanes não poupou em suas críticas nenhuma figura ilustre, nenhuma instituição, nem mesmo os deuses. Atacou, às vezes injuriosamente, as inovações artísticas, morais, políticas e sociais da Atenas de seu tempo, muito diferente da de Péricles. Preocupou-se, acima de tudo, em defender a paz e advertir a população, sobretudo a rural, dos abusos urbanos.

Peças principais

Das 11 peças conhecidas de Aristófanes, destacam-se: (a) As nuvens, crítica aos metafísicos e aos sofistas, personificados em Sócrates, de quem, no entanto, o dramaturgo parece ter sido amigo; (b) As vespas, em que se ridicularizam os tribunais; (c) Lisístrata, em que atenienses e espartanos, pressionados por uma greve erótica de suas mulheres, fazem a paz; (d) As rãs, uma sátira ao dramaturgo Eurípides; (e) A assembléia de mulheres, uma caricatura do feminismo e das utopias socialistas; e (d) Os pássaros, considerada a sua obra-prima.

Em Os pássaros, dois velhos atenienses, decepcionados com as intrigas e ambições políticas que ameaçam a paz, passam a viver entre os pássaros. Um deles, no entanto, é logo tentado pela sede do poder e convence os animais a tomarem dos deuses o domínio universal. Fundam uma cidade entre o céu e a terra, e mesmo os mensageiros divinos enviados para obter a paz deixam-se vencer pela cobiça que já fizera um dos velhos devorar os pássaros inúteis ao regime. Reconhece-se, então, a soberania da "cidade das aves entre as nuvens". A peça é uma sátira contra os defensores de utopias.

Platão apresenta Aristófanes, no Banquete, como um companheiro agradável e jovial, que torna divertida uma discussão séria; essa é talvez a luz sob a qual devemos ver a maior parte de sua obra, que, infelizmente, parece não ter afetado o curso da história.

Enciclopédia Mirador Internacional e Dicionário Oxford de Literatura Clássica (Jorge Zahar Editor)

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