Bibi Ferreira Atriz e diretora brasileira
1-6-1924, Rio de Janeiro (RJ)
No palco há mais de 50 anos, Abigail Isquierdo Ferreira é uma das maiores atrizes brasileira. Filha de artistas (a mãe era dançarina e cantora e o pai, um dos maiores comediantes do país, Procópio Ferreira), parece jamais ter saído de cena. Disciplinada e rigorosa, alcançou popularidade sem nunca ter feito novela, no país das novelas. É uma atriz completa, como poucas, nos moldes dos atores da 'Commédia dell'arte': além de atuar, canta, dança, toca violino e piano, dirige, produz espetáculos para o teatro e televisão e é, não negando as origens, uma eterna mambembe, excursionando por todo o país com seus espetáculos. Menina, estreou em cena dançando zarzuelas, em uma companhia espanhola de teatro de revista, quando partiu em turnê de três anos com a mãe pela América Latina. Como atriz profissional, sua estréia foi em O Inimigo das Mulheres (1941), uma adaptação da peça de Goldoni. Teve a primeira experiência como diretora com a peça Divórcio (1944), de Clemence Dane, na qual seu pai trabalhava. Desde então, não parou mais: montou sua própria companhia, a Companhia Bibi Ferreira; marcou a época dos musicais no Brasil com os espetáculos My Fair Lady (1963) e Hello, Dolly (1965); foi Joana, em Gota d'Água (1975), de Paulo Pontes e Chico Buarque de Hollanda, que lhe valeu o Prêmio Molière em 1975; Edith Piaf, em Piaf (1983), sendo aclamada pela crítica no Brasil e em Portugal e levando novamente o Molière entre outros prêmios. Certa vez, afirmou: "No palco, estou inatingível, ninguém me toca, é o momento em que me encontro com Deus".