Bocage, Manuel Maria Barbosa du Poeta português
15 de setembro de 1765, Setúbal (Portugal)
21 de dezembro de 1805, Lisboa (Portugal)
Manuel Maria Barbosa du Bocage foi um poeta árcade precursor do Romantismo . Espírito aventureiro, boêmio, antimonarquista e anticatólico, foi romanticamente dominado pela ideia de sua vocação de poeta e do paralelismo de sua vida com a de Camões.
Alistou-se na marinha real e em 1786 embarcou para a Índia. Esteve em Goa, Damão e Macau. Nessa viagem, aportou no Rio de Janeiro. Em 1790, de volta a Portugal, adere à Nova Arcádia com o nome de Elmano Sadino, mas logo satiriza os companheiros e ocorre o rompimento.
Em 1797, sobretudo devido ao poema "Carta a Marília", cujo verso inicial é "Pavorosa ilusão de eternidade", recebe ordem de prisão. Após a condenação por impiedade e a estada nas masmorras do Limoeiro, nas da Inquisição, no claustro de São Bento e no convento dos oratorianos, Bocage se conforma às convenções morais e religiosas da época e se retrata.
Principais características
Irreverente talvez seja o adjetivo que melhor defina a vida e a obra de Bocage. Com uma visão de mundo e um temperamento românticos, árcade pela forma, explorou tematicamente o sentimento da própria individualidade e o horror ao aniquilamento da morte.
Bocage foi pré-romântico no gosto do mórbido, no uso de palavras altissonantes, no uso das interjeições, reticências e apóstrofes. Em algumas passagens sua linguagem já se aproxima do coloquial.
Bocage notabilizou-se como repentista, poeta satírico, erótico e pornográfico e de verve brilhante, o que ligou seu nome a episódios que enchem seu anedotário popular.
Por outro lado, também cultivou o soneto à maneira camoniana. Foi autor de versos de celebrada harmonia e também de lugares-comuns rimados.
Árcade pelo aparato mitológico e pelo emprego de alegorias abstratas (o Fado, a Desventura, etc.), Bocage escreveu idílios, epístolas, odes, canções, cançonetas e cantatas.
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