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Boileau Escritor francês

1º de novembro de 1636, Paris (França)

13 de março de 1711, Paris (França)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

01/06/2009 22h00

Nicolas Boileau-Despréaux publicou seu primeiro volume de sátiras em 1666. Foi apresentado na corte, em 1669, após a publicação de seu Discurso sobre a sátira. Frequentador dos salões de Madame de Sevigné e de Madame de La Rochefoucauld, escrevia principalmente para a aristocracia.

Em 1674 publica A arte poética, ensaio dentro da tradição de Aristóteles e Horácio. Em 1677 foi nomeado, juntamente com Racine, historiógrafo do rei Luís 14. Entrou para a Academia Francesa em 1684.

Como poeta, Boileau foi representante da burguesia parisiense. Para ele não existia maior beleza que a da verdade, nem verdade que fosse superior à verdade da natureza - sendo que a natureza, para Boileau, era a corte e a cidade.

Em suas primeiras sátiras, imitadas de Horácio, Boileau zomba do clero e da aristocracia, pinta quadros divertidos e parodia escritores. Ressaltando a importância da razão e do bom senso, combate o preciosismo, a ênfase e o burlesco.
 

Formalismo

Com a publicação de A arte poética, Boileau assume o papel de legislador da literatura clássica francesa. Formula sua doutrina de redução da arte à técnica, insistindo na imitação dos clássicos e na necessidade de um conteúdo moral na obra de arte. Esse texto didático, que procura sintetizar o racionalismo, o classicismo e o culto do "bom gosto", alcançou grande repercussão em toda a Europa.

Em 1687 Boileau voltou à literatura de combate, tomando o partido da Antiguidade na disputa entre "antigos" e "modernos". Publica Reflexões sobre Longino, que se tornaria a bíblia dos neoclássicos, e a sátira Contra as mulheres, condenando os costumes dos "modernos".

Boileau foi durante muito tempo venerado como grande poeta e inspirador de Racine e Molière. Voltaire obedecia fielmente às "regras" de A arte poética, que influenciou toda uma geração de escritores.

Com o advento do Romantismo, Boileau foi severamente condenado por seu excesso de formalismo, mas Sainte-Beuve reconheceu-lhe o mérito de ter salvado a França do "mau gosto" do Barroco.
 

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