Brochado da Rocha Político brasileiro
8 de agosto de 1910, Porto Alegre, RS (Brasil)
26 de setembro de 1962, Porto Alegre, RS (Brasil)
Francisco de Paula Brochado da Rocha participou ativamente da Revolução de 30, integrando, aos 20 anos, a brigada militar que, no dia 3 de outubro de 1930, atacou o quartel-general do Exército na capital gaúcha, dando início à revolução que depôs o presidente Washington Luís e levou Getúlio Vargas ao poder.
Advogado formado, em 1932, pela Faculdade de Direito de Porto Alegre, Brochado da Rocha ocupou seu primeiro cargo público em 1946, quando é nomeado secretário de Educação e Cultura do Rio Grande do Sul. Enquanto desempenhava essa função, foi eleito deputado à Assembléia Constituinte estadual pelo Partido Social Democrático (PSD).
Brochado da Rocha exerceu também as funções de consultor-geral da República durante o governo Nereu Ramos. Com a posse de Leonel Brizola no governo do Rio Grande do Sul, em 1959, assumiu a chefia da Secretaria de Segurança Pública. No ano seguinte, tornou-se titular da pasta do Interior e Justiça.
Primeiro-ministro
Quando da renúncia do primeiro-ministro Tancredo Neves - durante o breve período em que o parlamentarismo foi instituído como forma de governo no Brasil republicano -, Brochado da Rocha foi indicado para o cargo, sendo aprovado pelo Congresso em 10 de julho de 1962.
Em agosto daquele ano Brochado da Rocha solicitou ao Congresso poderes para o governo legislar sobre temas como o monopólio da importação de petróleo e derivados e a regulamentação do estatuto do trabalhador rural. A maioria dos parlamentares, contudo, manifestou-se contra.
Em resposta à decisão do Congresso, o recém-formado Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) comprometeu-se a defender o programa do governo, exigindo, em troca, um aumento de 100% no salário mínimo, implementação das chamadas reformas de base e fixação de uma data - 7 de outubro de 1962 - para a realização do plebiscito que definiria a forma de governo no Brasil (manutenção do parlamentarismo ou retorno ao presidencialismo). O CGT também acenava com a possibilidade de, no caso de não ser atendido, deflagrar uma greve geral.
Sob a pressão dos líderes sindicais, dos militares nacionalistas e das forças de esquerda, Brochado da Rocha enviou ao Congresso, em 13 de setembro, novo pedido de delegação de poderes e propôs a fixação do plebiscito para 7 de outubro. Tendo o pedido novamente recusado, renunciou a 14 de setembro.
No dia seguinte, a CGT deflagrou a greve geral, levando o Congresso a aprovar o projeto de lei que autorizava a realização do plebiscito. Para substituir Brochado da Rocha, o presidente João Goulart nomeou Hermes Lima primeiro-ministro.
Brochado da Rocha faleceu 12 dias depois de sua renúncia.