Camilo Castelo Branco Escritor português
16 de março de 1825, Lisboa (Portugal)
1º de junho de 1890, São Miguel de Seide, Vila Nova de Famalicão (Portugal)
Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco perdeu os pais muito cedo, tendo infância e adolescência difíceis. De personalidade instável, casa-se aos 16 anos, depois abandona a esposa, tenta estudar medicina e, logo a seguir, direito. Uniu-se a várias mulheres no transcorrer de sua vida. Por alguns meses, a religião o arrebata - então segue para o seminário, mas pouco tempo depois volta à boêmia.
As dificuldades financeiras o levam a ingressar no jornalismo, em 1848, no Porto. Em 1861, ele e a amante, Ana Plácido, são presos, acusados de adultério. Não se separam, contudo, e quando saem da prisão passam a viver juntos, sustentados apenas pela escrita de Camilo.
Em 1885 recebe o título de visconde de Correia Botelho, mas isso não melhora sua situação financeira. Em estado de crescente melancolia, ameaçado pela cegueira, suicida-se em 1890.
Do Romantismo ao Realismo
Camilo Castelo Branco é, sobretudo, um autor romântico. Dedicou-se ao romance, ao teatro e à crítica literária. Dono de uma linguagem que reflete as características mais puras da língua portuguesa, Camilo possui uma riqueza vocabular extraordinária.
Contudo, se o escritor foi um modelo no que se refere ao estilo, não se pode dizer o mesmo em relação à originalidade de suas obras. Das aventuras folhetinescas, de tom às vezes patético (O livro negro do padre Dinis, 1855), ele passa às histórias de amor contrariado ou de renúncia e doação amorosa (Amor de perdição, 1862), enveredando às vezes pelo tom humorístico (A Queda dum anjo, 1866) ou pelo romance histórico (O regicida, 1874).
Apesar de satirizar o Realismo (em, por exemplo, A Corja, 1880), acaba se deixando influenciar pelo movimento, o que se mostrará positivo, pois a perspectiva realista apurará seus dons de observador e retratista, caracterizando algumas de suas melhores obras, como Novelas do Minho (1875-1877) e A Brasileira de Prazins (1882).
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