Camilo de Almeida Pessanha Poeta português
3-2-1898, Kuortana
11-5-1976, Helsinque
Em 1891, concluiu o curso de Direito na Universidade de Coimbra. Em 1894, radicou-se em Macau como professor de Filosofia, no liceu local. De grande sensibilidade e de uma apatia que nem as misérias da vida estimulavam, refugiou-se do convívio social e, para quebrar sua solidão povoada de fracassos e inibições, mas vibrante aos lampejos da beleza, recorreu ao inebriamento do ópio e à ligação afetiva com uma chinesa. Escreveu poemas e sonetos de uma perfeição formal modelar. Seu volume China. Estudos. Traduções (1944) contém ensaios sobre a China e oito elegias chinesas. Tendo convivido em Coimbra com poetas como Eugênio de Castro, Antônio Nobre, Alberto de Oliveira e A. Osório de Castro, assistiu à eclosão do movimento simbolista em Portugal, dando, porém, colaboração esparsa e escassa a revistas e jornais. Escrevia poesia para si próprio, para se libertar dos fantasmas que o oprimiam, decorrendo disso o fato de não cuidar de sua divulgação, nem mesmo de sua escrita, contentando-se com retê-la de memória. Os poemas do volume Clepsidra (1920), depois de transcritos pelo futuro poeta J. de Castro Osório, foram publicados e vieram a lume graças à escritora Ana de Castro Osório, sendo reeditados com o título Clepsidra e Outros Poemas (1969). Camilo Pessanha é o representante mais genuíno do simbolismo e um dos vultos mais significativos da poesia portuguesa.