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Carlos de Laet Jornalista e professor brasileiro

3 de outubro de 1847, Rio de Janeiro, RJ (Brasil)

7 de dezembro de 1927, Rio de Janeiro, RJ (Brasil)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

08/10/2009 23h28

Carlos Maximiliano Pimenta de Laet era filho de Joaquim Ferreira Pimenta de Laet e de Emília Ferreira de Laet. Aluno brilhante, cursou com distinção o Colégio Pedro 2º e a Escola Central, formando-se engenheiro geógrafo. Não seguiu a carreira, contudo, preferindo dedicar-se ao magistério e ao jornalismo.

Em 1873, prestou concurso no Colégio Pedro 2º para a cadeira de Português, Geografia e Aritmética, disciplinas que formavam, unidas, o primeiro ano do curso. Em 1915, com a reforma do ensino, Laet foi nomeado professor de Português.

Em 1889, sob insistência de amigos monarquistas, candidatou-se a deputado. Eleito, o advento da República o privou da cadeira. Manteve-se, no entanto, fiel à monarquia.

Proclamada a República, o Governo Provisório decidiu substituir o nome do Colégio Pedro 2º pelo de Instituto Nacional de Instrução Secundária. Na sessão da congregação da casa, em 2 de maio de 1890, Laet requereu fosse feito um apelo ao governo republicano para conservar-se o nome antigo do estabelecimento. No dia seguinte, o Diário Oficial trazia a demissão de Carlos de Laet. Pouco depois, Benjamin Constant, ministro do Governo Provisório, conseguiu transformar o ato de demissão em aposentadoria.

Anos depois, durante o governo Wenceslau Brás, Laet seria reconduzido ao posto no magistério, exercendo o cargo de professor e, também, de diretor do Colégio Pedro 2º até se aposentar, em 1925.
 

Espírito combativo

No jornalismo, estreou no Diário do Rio em 1876, passando, em 1878, para o Jornal do Comércio, onde durante dez anos escreveu a coluna "Microcosmo". Trabalhou também na Tribuna Liberal, no Jornal do Brasil e em vários outros jornais, nos quais deixou vasta produção de artigos sobre arte, história, literatura, crítica de poesia e crítica de costumes.

Por ocasião da Revolta da Armada, sofreu novas perseguições , pois se mantinha ardoroso defensor da monarquia. Teve de se refugiar, então, durante cerca de dez anos, em São João del Rei (MG). Desse período, nasceu o livro Em Minas.

Monarquista e católico fervoroso, Laet era dotado de alto espírito combativo, o que fez com que se tornasse célebre por suas polêmicas, mantidas nas páginas dos jornais em que escrevia. Combateu o Protestantismo e a República. Uma de suas mais acirradas polêmicas foi a que manteve com o romancista português Camilo Castelo Branco, a propósito da existência ou não de um "dialeto brasileiro".

Apesar de ter produzido um acervo jornalístico de mais de três mil artigos, Carlos de Laet deixou poucas obras publicadas. Em 1984, a Fundação Casa de Rui Barbosa, o Instituto Nacional do Livro (INL) e a Editora Agir publicaram, em três volumes, a obra seleta de Laet, com seleção e organização de Homero Senna.

Pelos serviços prestados à Igreja Católica, o Vaticano concedeu a Carlos de Laet o título de conde. O polemista foi membro da Academia Brasileira de Letras.
 

Pequeno Dicionário de Literatura Brasileira; Academia Brasileira de Letras