Topo

Cassiano Ricardo Escritor paulista

26/07/1895, São José dos Campos (SP)

14/01/1974, Rio de Janeiro (RJ)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

18/09/2005 16h00

Cassiano Ricardo Leite era filho de Francisco Leite Machado e Minervina Ricardo Leite. Fez os primeiros estudos na cidade natal. Iniciou o curso de direito em São Paulo, concluindo-o no Rio, em 1917.

De volta a São Paulo, participou do movimento de reforma literária iniciada na Semana de Arte Moderna (1922). Também fez parte dos grupos nacionalistas "Verde Amarelo" e "Anta", ao lado de Plínio Salgado, Menotti del Picchia, Raul Bopp, Cândido Mota Filho e outros.

No jornalismo, Cassiano Ricardo trabalhou como redator no "Correio Paulistano", e dirigiu "A Manhã", do Rio de Janeiro. Em 1924, fundou a "Novíssima", revista literária dedicada à causa dos modernistas e ao intercâmbio cultural pan-americano. Também foi o criador das revistas "Planalto" (1930) e "Invenção" (1962).

Em 1937 fundou, com Menotti del Picchia e Mota Filho, a "Bandeira", movimento político que se contrapunha ao Integralismo. Dirigiu, na mesma época, o jornal "O Anhanguera", que defendia a ideologia da Bandeira, condensada na fórmula: "Por uma democracia social brasileira, contra as ideologias dissolventes e exóticas." Também pertenceu ao Conselho Federal de Cultura, à Academia Paulista de Letras e à Academia Brasileira de Letras.

Poeta de caráter lírico-sentimental, em seus primeiros livros, "Dentro da Noite" (1911) e "A Flauta de Pã" (1917), ainda está preso ao Parnasianismo. A partir de "Vamos Caçar Papagaios" (1926) adere ao movimento de 1922, embora ainda não tenha superado a sensibilidade parnasiana.

Sua linguagem incorpora os valores da prosa, com definições e explicações frequentes, mas sem prejuízo da linguagem poética. Obras mais expressivas: "Borrões de Verde e Amarelo" (1927), "Martim Cererê" (1928) e "Marcha para Oeste" (1940).

Acompanhou de perto as experiências do Concretismo e do Praxismo, movimentos da poesia de vanguarda nas décadas de 50 e 60.