Catarina 2ª Czarina da Rússia
2 de maio de 1729, Stettin (antiga Pomerânia, hoje Polônia)
17 de novembro de 1796, São Petersburgo (Rússia)
A princesa prussiana Federica Augusta Sofia Anhalt-Zerbst assumiu o nome de Catarina um dia antes de se casar com o grão-duque russo Pedro de Holstein-Gottorp, que subiria ao trono, como czar Pedro 3º, em 1761. Para se casar com um cristão ortodoxo, a princesa, que era luterana, teve de se converter à religião do marido e ser batizada, quando recebeu o novo nome.
A união, contudo, não foi feliz, e o casal passou a ter vidas completamente separadas. Enquanto Pedro mostrava-se imaturo e irresponsável - mesmo depois de subir ao trono, quando conseguiu se indispor com praticamente todos os setores da sociedade -, Catarina revelou-se uma política habilidosa, admirada pelos russos.
Alguns historiadores afirmam que a própria Catarina comandou a conspiração que depôs seu marido do trono e, semanas depois, o assassinou. Mas, na verdade, não há provas. O certo é que, logo após a deposição, mesmo sem descender de nobres russos, ela foi aclamada czarina, prometendo defender a Igreja ortodoxa e lutar pela glória de seu país adotivo.
Idéias liberais
Catarina procurou governar de acordo com os ideais dos enciclopedistas franceses. Manteve, inclusive, grande amizade e troca constante de cartas com Diderot e o escritor belga Charles-Joseph de Ligne, além de tentar implantar na Rússia as idéias de Montesquieu e Voltaire.
Procurando seguir as idéias dos iluministas, reuniu representantes de todas as classes, menos os servos, para elaborarem uma reforma geral do sistema político-administrativo da Rússia, mas com base em princípios liberais. A comissão, no entanto, dissolveu-se em 1774, fazendo com que a czarina reconhecesse a impossibilidade de criar uma constituição liberal e democrática em solo russo.
A fim de obter apoio dos nobres para as reformas que desejava implementar, Catarina cedeu-lhes terras e privilégios, o que agravou ainda mais a já difícil situação dos servos e provocou uma revolta popular, severamente reprimida, comandada por Emilian Ivanovitch Pugatchev.
Em 1775, Catarina realizou uma reforma administrativa, dividindo o império em cinqüenta governos, subdivididos em províncias e distritos. Os privilégios dos nobres foram codificados e foi aprovada uma lei sobre os servos, aumentando-lhes mais ainda os encargos.
Ampliação das fronteiras
A política expansionista de Catarina resultou em inúmeras guerras, sobretudo com a Turquia. Os turcos foram vencidos em 1768-1774 e 1787-1792, a Rússia obteve a Criméia e, com isso, o cobiçado acesso ao mar Negro. As províncias meridionais foram então colonizadas pelo general Potemkin, responsável pelo comando das tropas contra Turquia.
Apesar da grande influência russa na Polônia - onde reinava Stanislas Poniatowski, ligado a Catarina -, a czarina desmembrou o país, sucessivamente, em 1772, 1793 e 1795, anexando grande parte do território e ampliando ainda mais as fronteiras russas.
Catarina 2ª - que passou à história como Catarina, a Grande - modernizou e engrandeceu a Rússia. Seus escritos - peças de teatro, memórias e cartas - foram publicados pela Academia de Ciências Russa.