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Cipriano Barata Político e jornalista baiano

Data incerta, 1764, Salvador (BA)

01/06/1838, Natal (RN)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

20/02/2006 11h50

Cipriano José Barata de Almeida nasceu em uma família abastada e formou-se em medicina na Universidade de Coimbra. Porém foi como um dos mais atuantes jornalistas políticos do Primeiro reinado que marcou as páginas da história brasileira. Se, como diz MIllôr Fernades, "jornalismo é oposição", com certeza Cipriano Barata deveria ser o patrono do jornalismo brasileiro.

Homem de ideias liberais e republicanas, influenciado pela Revolução Francesa, irrequieto e combativo, Cipriano Barata movimentou a opinião pública, propagou o liberalismo e combateu a escravidão. Considerado traidor pelos defensores do trono, participou da Inconfidência Baiana de 1798, quando foi preso. Exerceu importante cargo na Revolução Pernambucana de 1817.

Para assegurar condições mais humanas aos presos políticos, fundou comitês de solidariedade. Fez parte das sociedades secretas que lutavam pela independência e pelo constitucionalismo e presidiu reuniões de conspiradores favoráveis ao sistema monárquico-representativo.

Barata começou sua atividade jornalística na "Gazeta Pernambucana". Em abril de 1823, fundou seu próprio veículo de comunicação: a "Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco", em que o jornalista hostilizava o governo imperial de dom Pedro 1º. e posicionava-se a favor das idéias republicanas e da autonomia das províncias.

As críticas de Cipriano Barata levaram-no à prisão diversas vezes. No cárcere ou em liberdade, mantinha-se oposicionista e antilusitano. Sua luta criou as condições para a Confederação do Equador. Eleito como representante baiano para a Assembléia Constituinte, não tomou posse porque as tropas de dom Pedro cercavam a Assembléia, intimidando os deputados. A Constituinte acabou fechada pelo imperador que outorgou uma Constituição ao país em 1824.

Antes disso, porém, Cipriano foi detido na fortaleza de Brum, em Pernambuco, em 17 de novembro de 1823. Mesmo preso, continuou se opondo ao governo com outro jornal, a que deu o nome de: "Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco, atacada e presa na fortaleza de Brum por ordem da força armada reunida".

Transferido para o Rio de Janeiro, acabaria passando por inúmeras prisões, permanecendo detido até 1830. Mas continuava a escrever, nomeando seus jornais como "Sentinela da Liberdade" e variando o final do título de acordo com a prisão onde se encontrava.

Abandonou as atividades políticas em 1836 e retirou-se para Natal, onde morreu dois anos depois.