Claude Bernard Fisiologista francês
12 de julho de 1813, Saint-Julien (França)
10 de fevereiro de 1878, Paris (França)
Claude Bernard iniciou seus estudos com os jesuítas, dos quais recebeu educação de caráter mais humanista do que científico. Atraído para a carreira teatral, escreveu uma comédia, A Rosa do Ródano, que obteve algum sucesso.
Animado com o êxito da estreia, Bernard escreveu , em 1837, um drama em cinco atos, Arthur de Bretagne. Submeteu-o à apreciação do crítico literário Saint-Marc Girardin, que o dissuadiu de prosseguir na carreira artística, aconselhando-o a continuar os estudos de medicina.
Em Paris, sob a orientação do fisiologista francês François Magendie, Bernard começou a estudar fisiologia. Aprendeu com Magendie a técnica de vivissecção, com o auxílio da qual criou novos métodos de experimentação, de extraordinária importância para os seus estudos posteriores.
Mestre da fisiologia
Claude Bernard tornou-se célebre por suas notáveis descobertas sobre a fisiologia da digestão e por seus trabalhos sobre o sistema nervoso. Demonstrou que a glicose, armazenada no fígado sob a forma de glicogênio, é o verdadeiro combustível queimado pelo oxigênio no organismo.
Provou ainda que a sede das combustões não é o pulmão, mas os tecidos, e que é o sangue que regula o seu funcionamento.
Devemos também a Bernard a determinação das propriedades enzimáticas da saliva e do suco gástrico, o estabelecimento da teoria da função glicogênica e a verificação da importância do pâncreas na digestão e absorção das gorduras e o papel do açúcar no organismo humano.
De igual importância foram os seus estudos sobre o sistema nervoso, particularmente sobre o grande simpático. Bernard pesquisou também a ação de certos tóxicos sobre o sistema nervoso: estudou as reações provocadas pelo curare, pelo óxido de carbono, pela estricnina e pelo ópio. Bernard verificou que o óxido de carbono forma com a hemoglobina uma combinação estável.
As investigações de Bernard, além de revolucionarem a fisiologia, vieram confirmar que as doenças, de modo geral, nada mais são do que distúrbios e anomalias do funcionamento dos órgãos.
A obra de Claude Bernard subsiste ainda, apesar de decorridos mais de um século e meio, em razão do extraordinário rigor das suas investigações. Sua figura projeta-se através dos tempos como a de um dos mais notáveis mestres da fisiologia. Bernard baseou toda a sua obra na pesquisa metódica, no exame minucioso e na investigação criteriosa dos fenômenos biológicos.