Topo

Cláudio Manuel da Costa Poeta brasileiro

05/06/1729, Ribeirão do Carmo (atual Mariana, MG)

04/07/1789, Vila Rica (atual Ouro Preto, MG)

Da Redação<br> Em São Paulo

25/04/2005 19h09

Patrono da cadeira número 8 da ABL (Academia Brasileira de Letras), Cláudio Manuel da Costa é considerado um dos maiores poetas brasileiros do período colonial. Advogado, era filho do lavrador e minerador João Gonçalves da Costa e de Teresa Ribeiro de Alvarenga. Depois de iniciar os seus estudos em Vila Rica (Ouro Preto) e cursar filosofia no Rio de Janeiro, seguiu em 1749 para Lisboa e, posteriormente, para Coimbra, onde se formou em Cânones, em 1753.

Em Portugal, entrou em contato com as ideais iluministas e iniciou a sua carreira literária publicando, em opúsculos, pelo menos três poemas: "Munúsculo métrico", "Labirinto de Amor" e "Epicédio". Em todos os trabalhos, a característica poética do Barroco seiscentista é evidente, nos cultismos, conceitismos e formalismos.

De volta ao Brasil, dedicou-se à advocacia, sendo nomeado secretário do governo de Minas Gerais, cargo que ocupou entre 1762 e 1765. A literatura, sua grande paixão, não foi esquecida, e Cláudio Manuel da Costa criou uma academia, a Colônia Ultramarina. Depois, trabalhou como juiz medidor de terras da Câmara de Vila Rica, que era a capital da província mineira.

Em 1773, adotou o nome árcade de Glauceste Satúrnio. Anos mais tarde, participou, ao lado de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, Inácio José de Alvarenga Peixoto e outros, da Inconfidência Mineira. Na mesma época, compôs o clássico poema "Vila Rica", pronto em 1773, mas publicado somente em 1839, em Ouro Preto, 50 anos após a sua morte. A poesia descreve a saga dos bandeirantes paulistas no desbravamento dos sertões e suas lutas com os emboabas indígenas, até a fundação da cidade de Vila Rica.

Nas décadas de 70 e 80, escreveu várias poesias em que mostra preocupação com problemas políticos e sociais, publicadas na maior parte por Ramiz Galvão em 1895. Cláudio Manuel da Costa estava rico (possuía três fazendas, além de outros bens) quando se envolveu com a Inconfidência Mineira. Preso, foi interrogado pelos juízes no dia 2 de julho de 1789. Muito nervoso, comprometeu alguns amigos em seu depoimento, antes de ser encaminhado para a prisão, na Casa dos Contos, em Vila Rica.

No dia 4 de julho de 1789, Cláudio Manuel da Costa cometeu suicídio dentro da prisão, embora alguns historiadores afirmem que o poeta foi assassinado. O seu corpo foi encontrado pendente de uma trave.

Contemporâneo da Arcádia Lusitana, Cláudio Manuel da Costa foi um poeta de técnica apurada, um escritor que procurou equilibrar a sua forte vocação barroca ao estilo neoclássico. O poeta mineiro também introduziu, em seus textos, elementos locais, descrevendo paisagens e expressando um forte sentimento nacionalista.