D. Afonso Henriques Pai da pátria portuguesa
1109, Coimbra, Portugal
1185, Coimbra, Portugal
É impossível separar verdade e lenda na biografia de Afonso Henriques. Graças à esperteza política dele, Portugal é a primeira nação européia a estabelecer-se como Estado moderno independente.
O infante (príncipe) d. Afonso Henriques é filho do conde Henrique de Borgonha e de d. Teresa, bastarda do rei Afonso 6º de Castela e Leão. Quando morre Afonso 6º, inicia-se uma disputa entre a mãe deste (d. Urraca, a herdeira legítima) e vários outros pretendentes ao trono.
Em 1122, o adolescente Afonso Henriques arma-se cavaleiro na catedral de Zamora. De caráter corajoso, com extraordinária visão política, é sujeito a crises de cólera e violência, mas mostra-se capaz de reconhecer seus erros quando necessário.
Em 1128, luta contra a própria mãe e o aliado dela, o conde galego Fernão Peres de Trava. As tropas de Afonso Henriques e do conde se enfrentam no campo de São Mamede, junto ao castelo de Guimarães. O exército galego é derrotado, e d. Teresa desiste de anexar a região portucalense ao reino da Galícia.
No dia 6 de abril de 1129, Afonso Henriques dita uma carta em que se proclama soberano das cidades portuguesas. Em 1135, Afonso 7º, filho de d. Urraca, é coroado "imperador de toda a Espanha" na catedral de Leão, mas Afonso Henriques se recusa a reconhecer o primo.
Dois anos depois, após lutar contra Afonso 7º no Alto Minho, Afonso Henriques promete ao imperador "fidelidade, segurança e auxílio contra os inimigos". Em 1139, Afonso Henriques vence cinco reis mouros na batalha de Ourique. No ano seguinte, começa a usar o título de rei e procura estabelecer a paz com o primo.
Afonso Henriques escreve ao papa Inocêncio 2º e declara que prestará obediência apenas a este. Portanto, na região que governa, nenhum outro poder seria maior que o do rei português. Em 1147, Afonso Henriques expulsa os mouros de Lisboa e de várias outras cidades lusas.
Em 1169, é feito prisioneiro por Fernando 2º, rei de Leão, mas acaba consolidando sua posição. Dez anos depois, a Igreja reconhece formalmente a realeza de Afonso Henriques. Em 1180, acabam enfim os conflitos com Fernando 2º pela posse de terras na região da fronteira e da costa da Andaluzia.
O testamento de Afonso Henriques, primeiro rei do primeiro país europeu a adquirir consciência da nacionalidade, prova que ele foi um verdadeiro estadista. Deixou sua imensa fortuna (que se confundia com o próprio Tesouro português) para o fortalecimento do país.