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Di Cavalcanti (Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo) Pintor brasileiro

06/09/1897, Rio de Janeiro (RJ)

26/10/1976, Rio de Janeiro (RJ)

Da Página 3 - Pedagogia e Comunicação

30/07/2005 13h55

O público começou a ter contato com o talento de Di Cavalcanti em 1914, quando o garoto de 17 anos fazia ilustrações para a Revista Fon-Fon, no Rio de Janeiro, cidade onde nasceu. A carreira continuou com a mudança para São Paulo, em 1917, para estudar na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Em 1921, Di casou-se com Maria, uma prima distante.

Amigo de Mário de Andrade e Oswald de Andrade , teve um papel central na Semana de Arte Moderna de 1922, pois criou o catálogo e o programa do evento. Partiu para a Europa em 1923 e expôs em Londres, Berlim, Bruxelas, Amsterdã e Paris, onde conheceu Picasso, Léger, Matisse, Eric Satie e Jean Cocteau. Ao voltar ao Brasil em 1926, ingressou no Partido Comunista.

Após participar de salões nacionais e internacionais, como a International Art Center em Nova York, Di Cavalcanti fundou o Clube dos Artistas Modernos, com Flávio de Carvalho, Antonio Gomide e Carlos Prado, em 1932 - mesmo ano em que sofreu sua primeira prisão política. Ao sair, casou-se com a pintora Noêmia Mourão e publicou o álbum "A Realidade Brasileira", com doze cartuns.

Em Paris, em 1938, trabalhou na rádio Diffusion Française. Quando voltou, em plena ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas, ficou escondido na Ilha de Paquetá, no Rio, mas foi preso novamente com Noêmia. Libertado, retornou a Paris, onde permaneceu até a iminência da Segunda Guerra Mundial. Nessa viagem, 40 obras foram perdidas.

O pintor passou a criticar o abstracionismo em conferências e artigos. No pós-guerra, ilustrava livros de Vinicius de Moraes, Álvares de Azevedo e Jorge Amado. Em 1947, o casamento com Noêmia entrou em crise. Ao participar da I Bienal de São Paulo, em 1951, doou mais de 500 desenhos ao Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo. Nessa época, passou a viver com Beryl Tucker Gilman.

Três anos depois, o MAM do Rio de Janeiro faria a primeira retrospectiva do artista. Em 1956, Di participou da Bienal de Veneza (Itália) e recebeu o primeiro prêmio da Mostra Internacional de Arte Sacra de Trieste. No mesmo ano, adotou Elizabeth, filha de Beryl. Com a construção de Brasília, em 1961, fez a tapeçaria para o Palácio da Alvorada e pintou a Via-sacra da catedral da capital federal.

Após o golpe militar de 1964, o pintor voltou a Paris, onde viveu com Ivette Bahia Rocha, a Divina, lançou o livro "Reminiscências Líricas de um Perfeito Carioca" e desenhou jóias para a joalheria Lucien. Em 1966, seus trabalhos desaparecidos na Segunda Guerra foram achados nos porões da Embaixada brasileira.

Nos 1970, sua musa foi a modelo Mariana Montini. Regressou ao Brasil, apesar da ditadura militar. Em 1971 o Museu de Arte Moderna de São Paulo organizou uma retrospectiva de sua obra. E a sua pintura Cinco Moças de Guaratinguetá foi reproduzida em selo.