Diogo Antônio Feijó Padre e estadista brasileiro
17/08/1784, São Paulo (SP)
10/11/1843, São Paulo (SP)
A história do nascimento do padre Antônio Diogo Feijó não é exata. Ele teria nascido ou sido deixado na casa do padre Fernando Lopes de Camargo, em São Paulo. Batizado como "filho de pais incógnitos", ele era tido como filho do padre Félix Antônio Feijó e de Maria Joaquina de Carvalho, que viviam em Cotia, São Paulo. Feijó era um padre secular e não um membro do clero regular. Suas relações com a Igreja Católica foram tensas, especialmente porque ele moveu uma campanha contra o celibato dos padres.
Na juventude, ele iniciou uma carreira de professor de história, geografia e francês nas vilas vizinhas de São Paulo, como Parnaíba, Guaratinguetá e Campinas. Mais tarde, estabeleceu-se em ltu, na comunidade dos "Padres do Patrocínio", liderada pelo padre Jesuíno do Monte Carmelo. Ali ensinou filosofia, com grande influência do pensamento racionalista de Kant. Escreveu um compêndio de filosofia, o primeiro a tratar do pensamento kantiano no Brasil, o que o liga também à história da filosofia em nosso país.
Em 1821, foi eleito deputado por São Paulo nas Cortes de Lisboa, onde fez um corajoso discurso em favor da independência do Brasil. Ameaçado pela agitação contra os brasileiros separatistas que tomava conta das ruas, fugiu para a Inglaterra com ajuda de diplomatas britânicos. Regressou ao Brasil depois da proclamação da Independência, em 1822.
Como membro da Câmara Municipal de Itu, aprovou uma moção contra a Constituição de 1824, imposta pelo imperador com a intenção de estabelecer uma Monarquia absolutista. A crise política instalou-se e se estendeu até 1831, quando Dom Pedro 1º abdicou em favor de seu filho, Dom Pedro 2º, com cinco anos de idade.
Até a maioridade do novo imperador, o Brasil seria governado por regentes. Feijó foi ministro da Justiça da segunda regência trina. Ao criar a Guarda Nacional angariou o apoio da maioria da aristocracia rural. Deixou o ministério, mas foi feito presidente do Senado em 1833, pelo Rio de Janeiro. Sua posição contra José Bonifácio, conservador, o colocou como um dos líderes dos Liberais. Isso o fortaleceu para se tornar regente do Império, em outubro de 1835.
Feijó fundou o Partido Progressista, que deu origem ao Partido Liberal. Seus opositores formaram o grupo Regressista, que gerou o Partido Conservador. Feijó atraiu a ira da aristocracia ao apoiar o fim da escravidão e enviar uma missão a Londres para tratar medidas de repressão ao tráfico negreiro. Ao mesmo tempo, enfrentou movimentos separatistas e populares como a Cabanagem, no Pará, a Revolta dos (escravos) Malês, na Bahia, e a Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul. Acuado, renunciou em 19 de setembro de 1837.
Mas voltou a presidir o Senado, em 1839. Participou da Revolta Liberal de 1842, de Sorocaba (SP). Foi preso, levado para Santos, depois para o Espírito Santo. Defendeu-se da acusação em 15 de maio de 1843, conseguindo ser absolvido, mas morreria no mesmo ano, meses depois.