Domingos Jorge Velho Bandeirante paulista
Data incerta, 1641, vila de Parnaíba (SP)
Data incerta, 1703, Piancó (PB)
Na primeira metade do século 17, muitos bandeirantes paulistas andaram pelo Nordeste no encalço de índios para o trabalho na lavoura. Na segunda metade, prevaleceu o contrato desses sertanistas por parte das autoridades e dos grandes proprietários de terra para reprimir índios e negros rebelados.
Por volta de 1670, Domingos Jorge Velho estava no Nordeste, quando foi convidado por Francisco Garcia d'Ávila para acabar com os índios da região do rio São Francisco. O objetivo da missão era estabelecer estâncias de criação de gado naquela região.
Entre 1674 e 1680, o bandeirante acompanhou Domingos Afonso, conhecido como "Sertão", em uma expedição que percorreu o Piauí, o Maranhão e o Ceará, exterminando os índios que ainda não estavam submetidos ao homem branco. Foi a partir dessa expedição que começou a ocupação do Piauí, com colonos e gado que vieram depois, de Pernambuco e da Bahia.
Em 1685, João da Cunha Souto Maior, governador de Pernambuco, convocou Domingos Jorge Velho para destruir o quilombo de Palmares, no sertão de Alagoas, que já contava com mais de 50 mil habitantes. Em janeiro de 1694 com Domingos Jorge Velho no comando teve início a marcha das tropas para o serra da Barriga. Apesar da forte resistência, Palmares deixou de existir, com o massacre de seus defensores, mas o chefe dos quilombolas, Zumbi escapou ao cerco e ainda resistiu nas matas por mais um ano, até ser morto.
Dois anos mais tarde, o bispo de Pernambuco escrevia sobre o bandeirante: "Este homem é um dos maiores selvagens com que tenho topado (...) tendo sido sua vida, (...) até o presente, andar metido pelos matos à caça de índios, e de índias, estas para o exercício das suas torpezas, e aqueles para o granjeio de seus interesses".