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Edward Gibbon Historiador inglês

8 de maio de 1737, Putney, Surrey (Inglaterra)

16 de janeiro de 1794, Londres (Inglaterra)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

25/02/2009 21h13

De família rica, a saúde delicada de Edward Gibbon impediu-o de fazer estudos regulares. Com 15 anos converteu-se ao catolicismo, e seu pai, enraivecido, enviou-o para a Suíça, aos cuidados de um pastor calvinista. Dois anos mais tarde, Gibbon reconverteu-se. Por essa época, já havia lido Montesquieu e Pascal, e conhecera Voltaire.

No dia 15 de setembro de 1764, contemplando as ruínas de Roma, Gibbon - já então um grande estudioso da história - teve a idéia de pesquisar as causas da decadência de um império tão poderoso. Doze anos mais tarde surgiria o primeiro volume de sua obra clássica, Declínio e Queda do Império Romano.

Gibbon é um dos maiores nomes da historiografia universal. Sua obra, notável pela massa de informações nela contida, ainda hoje pode ser consultada com real proveito; e talvez seja a única anterior ao século 19 a sobreviver, resistindo às descobertas arqueológicas e documentais posteriores.

Grande historiador, Gibbon não é menor escritor; de estilo nobremente clássico, suas páginas são repassadas de fina ironia.
 

Coerência e lógica

O primeiro volume de Declínio e Queda do Império Romano foi recebido com escândalo. Entre as várias teses apresentadas para explicar a decadência do império, Gibbon responsabiliza a ascensão do cristianismo: vê os mártires da Igreja como revolucionários, que o Estado, para garantir sua própria sobrevivência, deveria perseguir.

Às inúmeras e violentas críticas lançadas contra o seu trabalho, Gibbon respondeu com o esmagador Defesa de alguns trechos dos capítulos 15 e 16 do Declínio do Império Romano.

Gibbon apresenta a decadência do império como um processo contínuo. A primeira parte de sua obra cobre um período de 460 anos (180 a 641 d.C.), e a segunda vai até a queda de Constantinopla, em 1453. Os fatos são relatados com extrema coerência e lógica.

Pode-se criticar em Gibbon a ausência de referências ao contexto econômico na queda do império, mas a verdade é que nenhum historiador até sua época se preocupara com isso.

Entre seus principais amigos estavam dois dos maiores intelectuais ingleses: Edmund Burke e Samuel Johnson.

Gibbon passou os últimos anos de sua vida na Suíça, voltando à Inglaterra pouco antes de morrer.
 

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