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El Greco Pintor, escultor e arquiteto de origem grega

1541, Iráklio (ilha de Creta), Grécia

07/04/1614, Toledo, Espanha

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

28/08/2007 10h51

Domenikos Theotokópoulos nasceu na antiga localidade de Cândia, atual Iráklio, capital da ilha grega de Creta, naquele momento pertencente à República de Veneza. Como cidadão veneziano, por volta de 1560 instalou-se nessa cidade italiana, onde trabalhou no ateliê de Ticiano.

Em Veneza ele conheceu pintores como Tintoretto, Veronese e Bassano, assim como a obra dos pintores maneiristas do centro da Itália, entre eles Domenichino e Parmigianino. Entre suas obras mais conhecidas desse período encontramos "A Cura do Cego".

Em 1570 o artista viajou para Roma onde tomou contato com pintores como Michelangelo, que marcaria profundamente sua carreira.

Na Itália, ele ficou conhecido como Il Greco (o Grego). Vivendo no palácio do cardeal Alessandro Farnese, foi admitido na Academia de São Lucas em 1572. Tendo se manifestado contra o "Juízo Final", de Michelangelo, pintado na Capela Sistina, contraiu a antipatia do meio artístico de Roma, o que o teria levado a partir para a Espanha.

Entre as principais obras de seu período romano encontram-se a "Purificação no Templo" e o "Retrato de Giulio Clovio", assim como "A Piedade", obra em que se percebe claramente a influência de Michelangelo.

Em 1578 estabeleceu-se em Toledo, na Espanha. Viveu, até sua morte, com Jerónima de Las Cuevas, com quem nunca casou, mas de quem teve um filho que legitimou.

A primeira encomenda que recebeu na Espanha foi um conjunto de pinturas para o altar-mor e dois altares laterais da igreja de São Domingos o Velho. O próprio desenho dos altares foi feito por El Greco, no estilo do arquiteto veneziano Palladio. O quadro realizado para o altar-mor foi a "Assunção da Virgem", que também mostra a influência de Michelangelo.

A relação de El Greco com o rei Filipe II e sua corte foi breve e mal-sucedida. Pintou a "Alegoria da Santa Liga" ("O Sonho de Filipe II", de 1578-79) e o "Martírio de S. Maurício" (1580-82), obra rejeitada pelo próprio rei.

Aquela que é considerada sua obra-prima foi feita após este fracasso: "O Enterro do Conde de Orgaz" (1586-88, igreja de São Tomé, Toledo).

El Greco foi também retratista, tendo pintado especialmente clérigos e nobres: "Frei Felix Hortensio Paravicino" (1609), "Cardeal Don Fernando Niño de Guevara" (1600), "Jeronimo de Cevallos" (1605-1610), "O Cavaleiro com a Mão no Peito" (1577-1584).

De 1590 até sua morte o número de obras pintadas foi extraordinário. O que caracteriza os últimos anos da vida de El Greco é o alongamento dos corpos das figuras, como na "Adoração dos Pastores", feito entre 1612 e 1614, na "Visão de São João" ou na "Imaculada Conceição" pintada de 1607 a 1613.

Nas três paisagens que pintou, El Greco demonstrou sua tendência de dramatizar mais do que descrever, e no seu único quadro que tem a mitologia por assunto, o "Laokoon", de 1610-14, mostrou dar pouca importância à tradição clássica.

El Greco não deixou escola. Após sua morte, alguns artistas, incluindo seu filho, realizaram cópias dos seus trabalhos, mas de muito pouca qualidade.

Sua arte era muito pessoal para sobreviver, mesmo porque o novo estilo que se estabelecia, o barroco, começava a impor-se com Caravaggio e Carracci. Hoje, muitas das obras do pintor encontram-se expostas no famoso Museu do Prado, em Madri.