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Elizabeth 1ª Rainha da Inglaterra

7 de setembro de 1533, Londres (Grã-Bretanha)

24 de março de 1603, Londres (Grã-Bretanha)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

06/09/2008 16h25

Filha de Henrique 8º e Ana Bolena, Elizabeth, A Rainha Virgem, quinta e última monarca da dinastia Tudor, nasceu princesa, mas sua mãe foi executada quando a menina tinha três anos, fazendo com que Elizabeth fosse considerada, a partir daí, ilegítima. Embora sua legitimidade nunca tenha sido oficialmente reconhecida, com a morte de seu irmão, Eduardo 6º, e de sua meia-irmã, Maria 1ª, ela assumiu o trono.

Elizabeth recebeu educação humanista: estudou música, dança e línguas - francês, italiano, espanhol, grego e latim. Protegida pela última esposa de seu pai, Catarina Parr, tornou-se uma ardorosa protestante. Seu reinado, de 44 anos e 127 dias, foi o quarto mais longo da história da Inglaterra.

Reino dividido

Em 1554, Elizabeth foi presa na Torre de Londres, sob suspeita de participação em uma rebelião frustrada contra Maria 1ª. Mas quando esta faleceu, em 1558, Elizabeth subiu ao trono, aclamada pela nação inglesa, que em sua maioria aderira ao anglicanismo, verdadeiro símbolo de emancipação nacional.

Elizabeth herdou um reino dividido pelas dissensões religiosas - Maria 1ª, fervorosa católica, havia perseguido implacavelmente os protestantes -, enfraquecido pelas guerras e ameaçado pelas monarquias absolutas da França e da Espanha. Além disso, tinha, ao norte, uma Escócia hostil, e, a oeste, uma Irlanda rebelde.

Interessada em promover o desenvolvimento do país, dona de uma personalidade forte, realmente carismática, Elizabeth elaborou uma política independente das influências do parlamento e de seus próprios conselheiros de confiança.

Esplendor do comércio e da cultura

Diante do declínio do comércio inglês e do domínio marítimo espanhol, que impedia a expansão britânica, Elizabeth tomou medidas drásticas: patrocinou a pirataria semi-oficial dos corsários Francis Drake e John Hawkins, que passaram a lhe trazer o ouro capturado dos galeões espanhóis. Impulsionando dessa forma o desenvolvimento do comércio e da marinha, Elizabeth acirrou a rivalidade com a Espanha de Filipe 2º. Em 1588, este lança a Invencível Armada contra a Inglaterra, mas as pesadas naves espanholas são derrotadas pelas embarcações inglesas, mais leves e sob melhor comando.

O desenvolvimento da marinha, do comércio e da indústria provocou, durante o reinado de Elizabeth, o aumento da riqueza e o esplendor cultural, cujos principais representantes são William Shakespeare, John Donne e Francis Bacon. Houve inovações em todos os setores.

Um exemplo da supremacia comercial inglesa, nascida da política mercantilista de Elizabeth, foi a criação, em 1600, da Companhia das Índias Orientais, que atuaria nas mais distantes regiões do mundo.

Dificuldades, rebeliões e atentados

Ao mesmo tempo, contudo, os proprietários de terras, ameaçados pela crescente prosperidade dos comerciantes, defendiam-se explorando ainda mais os lavradores. A pobreza aumentou de tal forma, que foram criadas leis para internar os indigentes.

Sem nunca aceitar a interferência do alto clero nos assuntos do Estado - Elizabeth seria, inclusive, excomungada pelo papa em 1561 -, a rainha impediu que os católicos se tornassem uma força política e também enfrentou os presbiterianos, que reivindicavam maior liberdade e voz ativa no parlamento.

Não faltaram tentativas de rebelião e atentados à vida de Elizabeth, mas, com a ajuda de Francis Walsingham, um erudito autodidata e membro da Câmara dos Comuns, que criou uma incrível rede de espionagem e terror, a ordem social foi mantida.

Os anos do reinado de Elizabeth 1ª passaram à história com o título de Período Elisabetano - uma época de florescimento econômico e cultural, sob inspiração do renascimento italiano e flamengo.

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