Emiliano Di Cavalcanti Pintor, desenhista, caricaturista, jornalista e escritor brasileiro
6-9-1897, Rio de Janeiro (RJ)
26-10-1976, Rio de Janeiro (RJ)
Pintor das mulatas, do negro, do homem humilde, das favelas, das festas populares e dos carnavais, Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque Neto, ou simplesmente Di Cavalcanti, foi um dos primeiros artistas plásticos brasileiros a voltar sua atenção especialmente para temas nacionais. Nas palavras de Luís Martins, o quadro de Di "exala um cheiro forte, penetrante e lúbrico de mulatas despidas". Autodidata, iniciou sua carreira no Rio de Janeiro fazendo ilustrações e charges para jornais. Estreou no Salão de Humoristas em 1916, no Rio de Janeiro. Mais tarde, transferiu-se para São Paulo, onde freqüentou por um tempo a Faculdade de Direito e, no meio jornalístico, conheceu Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida e Ferrignac. Em 1917, realizou sua primeira mostra individual de caricaturas em São Paulo e, a partir de 1919, passou a ilustrar vários livros. Na individual de 1921, expôs suas primeiras pinturas: óleos e pastel em tons sombrios. Nessa época, influenciado pela art nouveau, sua obra reflete o espírito do fin de siècle. Acaba integrando-se ao grupo modernista, sendo um dos organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922. Nos três anos seguintes e, novamente, de 1935 a 1940, morou em Paris, onde recebeu influência de Picasso, Matisse e Delacroix. Diferenciando-se pelo emprego de cores quentes e vivas, revelando na síntese da linha e na vivacidade das cores maior valorização da forma e composição e jamais abdicando de apresentar em suas obras uma temática marcadamente brasileira, dividiu com Alfredo Volpi, em 1953, o prêmio de melhor pintor brasileiro da II Bienal de São Paulo. Duas Mulatas (1961), em que retrata os subúrbios cariocas, e Carnaval (1965) refletem a essência de seu trabalho.