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Euclides da Cunha Escritor brasileiro

20-1-1866, Cantagalo (RJ)

15-8-1909, Rio de Janeiro (RJ)

Do Klick Educação

17/08/2015 20h58

Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha é o autor de Os Sertões (1902), um marco na vida literária brasileira e um clássico da literatura latino-americana, no qual, fruto de reportagens escritas para o jornal O Estado de S. Paulo, narra a Guerra de Canudos, ocorrida no sertão do norte da Bahia no período de 1896 a 1897. Marcado pelo estilo inconfundível e pela objetividade das conclusões, esse grande livro mistura o ensaio à história, às ciências naturais, à epopéia, ao lirismo e ao drama. Nascido numa fazenda no município de Cantagalo, até então Província do Rio de Janeiro, Euclides da Cunha tornou-se órfão de mãe aos 3 anos e foi criado por parentes. Em 1884, matriculou-se na Escola Politécnica, mas abandonou o curso de Engenharia por falta de dinheiro. Abolicionista e republicano ardente, em 1886, ingressou na Escola Militar (Praia Vermelha), gratuita, que lhe deu também o título de engenheiro. Em protesto contra a repressão às manifestações republicanas, Euclides lançou aos pés do ministro da Guerra, conselheiro Tomás Coelho, a sua espada de cadete, tendo sido desligado do Exército dois anos depois. Mudando-se para São Paulo, iniciou uma série de artigos para o jornal A Província de São Paulo (depois de 1889, O Estado de S. Paulo), escrevendo sob o pseudônimo do escritor francês, e um dos teóricos do Socialismo, Proudhon (1809-1865). Quatro dias depois de proclamada a República (19 de novembro de 1889), foi reintegrado às fileiras do exército, chegando ao posto de primeiro-tenente. Desvinculando-se da carreira militar, passou a viver como engenheiro civil junto à Superintendência de Obras Públicas de São Paulo (1896). Quando irrompeu o movimento de Canudos, foi encarregado de acompanhar como correspondente o movimento rebelde. No ano seguinte ao da publicação de Os Sertões, Euclides foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Escreveu também Peru Versus Bolívia (1907) e Contrastes e Confrontos (1907), cujas páginas também resultaram de artigos anteriormente escritos para jornais. Foi morto numa troca de tiros com o amante de sua esposa.