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Fagundes Varela Poeta fluminense

17/08/1841, Rio Claro (RJ)

17/02/1875, Niterói (RJ)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

18/09/2005 16h00

Luís Nicolau Fagundes Varela era filho de Emiliano Fagundes Varela e de Emília de Andrade, ambos de famílias fluminenses ricas. Viveu parte da infância numa fazenda, na vila de S. João Marcos (RJ), onde seu pai era juiz.

Depois, devido às transferências do pai, residiu em: Catalão (GO), Angra dos Reis (RJ) e Petrópolis (RJ). Nesta última fez os estudos fundamental e médio.

Matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo (1862), mas não terminou o curso, devido ao seu interesse pela literatura. Em 1861, publicou seu primeiro livro de poesias, "Noturnas". Dois anos depois, "O Estandarte Auriverde".

Casou-se com a artista de circo Alice Guilhermina Luande, de Sorocaba (SP), provocando um escândalo na família. A morte de seu primeiro filho, Emiliano, aos três meses de idade, levou-o ao alcoolismo e à boêmia, mas o instigou a escrever, inspirando o poema "Cântico do Calvário" (1863). Logo a seguir, publicou "Vozes da América" (1864) e "Cantos e Fantasias" (1865).

Resolveu terminar o curso de Direito em Recife. Enquanto estava em viagem, sua esposa, que ficara em São Paulo, faleceu. Ele retornou à Faculdade do Largo São Francisco (SP) em 1867, e, mais uma vez, abandonou o curso.

Voltou para a fazenda de Rio Claro (RJ). Casou-se pela segunda vez com a prima Maria Belisária de Brito Lambert, com quem teve duas filhas e um filho, este também falecido prematuramente. Em 1870, mudou-se para Niterói, onde viveu até o fim da vida, entre estadas nas fazendas dos parentes e as rodas da boêmia intelectual do Rio.

Sempre inquieto e torturado, conseguia refúgio somente junto à Natureza, sua velha conhecida. Por esta razão, sua poesia - com fortes características românticas - expõe, em contraste, a contemplação da vida no campo e a vida na cidade, com seus vícios e, conseqüentemente, o aumento do sofrimento. Revela ainda uma fase de forte espírito religioso. Sua obra inclui: "Cantos Meridionais" (1869), "Cantos do Ermo e da Cidade" (1869), "Anchieta ou Evangelho na Selva" (1875), "Cantos Religiosos" (1878) e "Diário do Lázaro" (1880).