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Farias Brito Filósofo brasileiro

27 de julho de 1862, São Benedito, CE (Brasil)

16 de janeiro de 1917, Rio de Janeiro, RJ (Brasil)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

01/10/2009 19h31

Raimundo de Farias Brito formou-se advogado na Faculdade de Direito do Recife, em 1884. Regressa, então, ao Ceará, onde nascera, e é nomeado promotor público. Defensor da abolição dos escravos e da República, ingressa na política. Também advogou e foi promotor público em Belém do Pará, de 1902 a 1909, onde atuou como professor da Faculdade de Direito.

Em 1909, parte para o Rio de Janeiro, onde se inscreve no concurso para a cadeira de Lógica do Colégio Pedro 2º. Apesar de ser aprovado em 1º lugar, o segundo classificado, Euclides da Cunha, é nomeado professor (à época, havia tal prerrogativa, de se escolher o vitorioso entre os dois primeiros classificados).

Pouco tempo depois, contudo, quando Euclides da Cunha morre, Farias Brito é nomeado para a cadeira de Lógica.

Em suas primeiras obras - Finalidade do mundo (3 vols.: 1895, 1899 e 1905) e A verdade como regra das ações (1905) -, Farias Brito propõe-se a combater o materialismo, a teoria da evolução e o relativismo. Sua ideia de Deus, nessa época, é a de um princípio que explica a natureza e serve de base ao mecanismo da ordem moral na sociedade, "indicando o ideal da conduta pela concepção da finalidade das coisas".

Deus, para Farias Brito, é a substância infinita, o mundo, sua função permanente, constitutivo da sua própria atividade. Prova-se a sua existência pela regularidade das leis da natureza.
 

Espiritualismo

Em A base física do espírito (1912) e O mundo interior (1914), Farias Brito caminha para um espiritualismo mais pronunciado, apoiando-se em Bergson. Nega a matéria, considerando os corpos como simples fenômenos. Também critica Kant, identificando os planos do conhecimento e o do ser - e abraçando, de maneira dogmática, a metafísica tradicional, de caráter espiritualista. Sua obra, assim, seria uma espécie de neotomismo, um renascimento, no Brasil, da escolástica.

Na opinião de Alfredo Bosi, o espiritualismo de Farias Brito baseia-se em Spinoza.
 

Pequeno Dicionário de Literatura Brasileira; Enciclopédia Mirador Internacional