Francisca Júlia Poeta brasileira
31 de agosto de 1871, Xiririca (atual Eldorado) (SP, Brasil)
1º de novembro de 1920, São Paulo (SP, Brasil)
Francisca Júlia da Silva Munster começa a colaborar na imprensa paulistana e carioca aos 20 anos. Escrevendo para A Semana, alcança rápido prestígio literário. Elogiada por João Ribeiro quando lança seu primeiro livro, Mármores (1895), a admiração por sua poesia alastra-se pelos círculos literários do país.
A poesia de Francisca Júlia pode ser dividida em duas partes: a parnasiana, com a qual obteve pronta celebridade, e a simbolista, nesta incluídos também os poemas de finalidade mística e moral.
No seu parnasianismo, a poeta seguiu rigorosamente os padrões franceses de impessoalidade e impassibilidade. Sua poesia é plástica e sonora; a poeta professou a "arte pela arte" e apreciou a austeridade formal. Segundo Péricles Eugênio da Silva Ramos, talvez só Francisca Júlia tenha alcançado, na poesia brasileira, todas as principais características do Parnasianismo.
Mas já em Mármores publicava dois poemas claramente simbolistas. Mais tarde, quando passa a seguir doutrinas esotéricas, abandona alguns princípios parnasianos e procura fazer poesia de ensinamento moral e místico - é o que acontece principalmente em seus últimos sonetos, caracterizados por grande melancolia.
Casou-se em 1909, recolhendo-se à vida particular e praticamente abandonando a atividade literária. Faleceu em circunstâncias pouco claras, no dia em que seu marido deveria ser enterrado. Não se sabe se por erro ou voluntariamente tomou excessiva dose de calmantes, vindo a falecer.