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Francisco de Miranda Militar e revolucionário venezuelano

<p>28 de março de 1750, Caracas (Venezuela)</p><p>14 de julho de 1816, Cádiz (Espanha)</p>

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

05/04/2010 14h54

(Atualizado em 06/11/2020, às 17h50)

Sebastián Francisco de Miranda y Rodríguez Espinoza, chamado de El Precursor, por seu papel nas lutas da independência, nasceu em uma família abastada de Caracas, Venezuela, onde principiou seus estudos, concluídos no México e na Espanha.

Alistado no exército espanhol, combate na África do Norte. Preso, não se sabe por qual motivo - seus inimigos o acusavam de negligência-, cumpre pena e, a seguir, torna-se ajudante de um alto oficial, Juan Manuel de Cagigal. É enviado, então, já no posto de tenente-coronel, às Antilhas e a Cuba, onde luta contra os ingleses.

Envolvido em um confuso incidente de contrabando de barcos e espionagem, foge para os EUA, onde se torna amigo de George Washington e Thomas Paine. Viaja, a seguir, para a Inglaterra, onde passa a propagandear suas ideias de liberdade para as colônias localizadas na América do Sul. Viaja por toda a Europa, chegando a gozar de privilégios na Rússia, onde usa o uniforme de coronel do exército imperial.

Em 1790 está novamente em Londres, onde defende seu plano de um império americano, livre e multirracial, que se estenderia do Mississipi ao Prata, sob a regência de um déspota esclarecido e hereditário - o Inca - e sob a proteção combinada dos exércitos norte-americano e britânico.

Em dezembro de 1792 chega à França e adere à causa da Revolução. Com os girondinos (grupo político moderado) no poder, Miranda participa da batalha de Valmy, quando os prussianos são expulsos. Em 1793, já comanda as tropas francesas na Bélgica. Com a queda dos girondinos, é acusado pela derrota nas batalhas de Maastrich e Neerwinden. É absolvido e, logo em seguida, preso novamente. Libertado em 1795, fica em Paris até 1797.

De volta à Inglaterra, cria uma sociedade secreta, a Grande Reunião Americana, à qual se filiaram San Martín, Bolívar e O'Higgins. Acreditando que chegara a hora de libertar seu país do jugo espanhol, monta por conta própria uma expedição. Com um só barco, desembarca na Venezuela em 2 de agosto de 1806. Depois de uma primeira vitória, vê-se obrigado a bater em retirada. Refugia-se em Trinidad e, depois, segue para a Inglaterra.

Acusado de traição

Francisco de Miranda voltaria a lutar na América ao lado de Bolívar. Dá o nome de Colômbia, em homenagem a Cristóvão Colombo, às primeiras terras libertadas da América espanhola. Nomeado generalíssimo e ditador, é derrotado, de maneira inexplicável, na batalha de Valença. O episódio é obscuro e alguns historiadores chegam a afirmar que Miranda teria negociado a própria deportação para os EUA, a troco da rendição.

Acusado de traição, Miranda é preso por Bolívar e entregue aos espanhóis. Morreu acorrentado na prisão de Quatro Torres, em Cádiz.

Para alguns estudiosos, Miranda era, sem dúvida, um militar dinâmico, mas faltavam-lhe equilíbrio e caráter. Seus dons - a ilustração, a facilidade para línguas, a fluência oratória e a generosidade - se anulavam diante de seus defeitos: irreflexão, ausência de escrúpulos, vaidade e diletantismo. Apesar de tudo, teve um papel relevante da lutas de independência.

Deixou um diário em 15 volumes, o Archivo. Seu nome está gravado no Arco do Triunfo, em Paris - e um estado da Venezuela tem seu nome.

Fonte: Enciclopédia Mirador Internacional