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Francisco Julião Político brasileiro

16/2/1915, Bom Jardim (PE)

10/7/1999, Cuernavaca, México

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

10/08/2005 12h39

"Operário sem pão/ camponês sem terra /panela vazia/ tambor de revolução./Viva a reforma agrária radical/ com Francisco Julião." Estes são versos de uma antiga canção lembrada pelo povo do Engenho Galiléia, em Vitória do Santo Antão, cidade pernambucana que se tornou símbolo da luta pela terra no Brasil.

Francisco Julião Arruda de Paula pertencia a uma tradicional família de proprietários de terras. Estudou na Faculdade de Direito de Recife, graduando-se em 1939. Pesquisador da cultura brasileira, em 1951 publicou seu primeiro livro, intitulado "Cachaça".

Lutando pela reforma agrária, em 1954, ajudou a fundar as Ligas Camponesas, movimento de trabalhadores rurais, que seria um embrião do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Neste mesmo ano, foi eleito deputado pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro), sendo reeleito em 1958. Quatro anos depois conseguiu uma cadeira na Câmara dos Deputados como deputado federal por Pernambuco.

Com o golpe militar de 1964, Francisco Julião teve seus direitos políticos cassados. Partiu para o exílio em dezembro de 1965, indo viver no México.

Em 1979, com a anistia política, retornou ao Brasil. Amigo de Leonel Brizola, filiou-se ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), disputando a eleição para deputado federal em 1986, mas não conseguiu se eleger.

A partir de 1997 dedicou-se a escrever suas memórias, instalando-se novamente no México. Foi casado com Alexina Arruda de Paula, com quem teve quatro filhos. Divorciado, casou-se pela segunda vez com Regina de Castro, com quem teve uma filha.
Francisco Julião morreu de infarto, aos 84 anos, em Cuernevaca, no México. Foi cremado e deixou instruções para que suas cinzas fossem transportadas para Pernambuco, sua terra natal.