Friedrich Ebert Primeiro chanceler do Reich alemão, de 1919 a 1925
4-2-1871, Heidelberg
28-2-1925, Berlim
Correeiro de profissão, Ebert rapidamente aderiu ao setor mais moderado do Movimento Trabalhador Social-Democrata. A partir de 1983, foi redator do Bremer Bürgerzeitung, em 1905 foi eleito membro do Comitê Executivo do SPD e, desde 1912, também do Reichtag. Após a morte de August Bebel, foi designado, juntamente com Hugo Haase, presidente do partido e, depois de este último ter sido expulso, foi nomeado, em 1916, líder do grupo no Parlamento. Apesar de ter adotado, no início da Primeira Guerra Mundial, uma atitude antibelicista, declarou-se a favor de votar os créditos de guerra, o que determinou a "trégua política" da social-democracia face ao governo imperial (no entanto, opôs-se às anexações). Tudo isso levou a a ala de esquerda de seu partido a se separar, em 1916, formando posteriormente o USPD. Como político social-democrata mais influente, Ebert fez com que o SPD consolidasse sua posição nas estruturas do Estado, exigindo reformas internas e preparando assim o papel fundamental que viria a desempenhar na República de Weimar. Depois da abdicação do imperador Guilherme II, no dia 9 de novembro de 1918, o príncipe Max von Baden nomeou-o chanceler e, após a proclamação da República por parte de Philipp Sheidemann, que Ebert desaprovou, foi eleito, conjuntamente com Haase, presidente do Conselho dos Representantes do Povo. Opondo-se às pretensões revolucionárias do movimento dos conselhos ("sovietes"), Ebert estabeleceu uma democracia parlamentar, esforçando-se por consolidar rapidamente o novo regime, para o qual procurou atrair as forças anti-republicanas do regime anterior. Em 1919, a Assembléia Nacional de Weimar elegeu-o presidente provisório do Reich e, em 1922, seu mandato foi prorrogado por lei até 1925. Aplicando o artigo 48.º da Constituição reprimiu levantes tanto da direita como da esquerda (rebelião espartaquista em 1919, conspiração golpista de Kapp em 1920, conspiração golpista de Hitler em 1923) e impôs a ação da "Reichswehr" contra os governos revolucionários do SPD/KPD na Turíngia e Saxônia (1923). Sua atitude moderada e o fato de solicitar a políticos da direita a formação de governos (Wilhelm Cuno, Hans Luther) foram fatores que contribuíram para a estabilização temporária da República de Weimar. No entanto, não conseguiu impedir a ascensão das forças de extrema-direita nem a concentração destrutiva do panorama político alemão.