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Friedrich Hölderlin Poeta alemão

20 de março de 1770, Lauffen, Württemberg (Alemanha)

7 de junho de 1843, Tübingen (Alemanha)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

23/10/2008 23h23

Destinado à carreira eclesiástica, Friedrich Hölderlin estudou teologia no seminário luterano Stift, em Tübingen, onde Hegel e Friedrich Schelling foram seus amigos inseparáveis. Em 1793, por intervenção de Johann Schiller, Hölderlin se empregou como preceptor na casa de Charlotte von Kalb, em Waltershausen, mas deixou o cargo para seguir os cursos de Fichte em Yena. Logo depois, em grave crise depressiva, se recolheu à casa de sua mãe.

Premido pela necessidade, aceitou um novo emprego, por intervenção de Hegel, em casa do banqueiro Jakob Gontard, em Frankfurt, onde se apaixonou, de maneira exaltada, por Susette Gontard, esposa do seu empregador. É correspondido, mas a situação se torna insustentável, obrigando-o a abandonar Frankfurt e a refugiar-se em Homburg, com o amigo Isaac von Sinclair, antigo colega de Stift, que lhe arranja emprego em Bordéus.

Mas Hölderlin sofre uma nova crise em Bordéus. Atravessa a fronteira da França a pé, sabe da morte de Susette Gontard - a "Diotima" de seus poemas -, e é encontrado por Schelling em estado lamentável em Homburg.

Após uma fase de restabelecimento, sucede-se o colapso final, em 1806, e Hölderlin é entregue aos cuidados de um amigo da família em Tübingen, em cuja casa permanece até o fim da vida. Visitado esporadicamente pelos amigos e parentes, o poeta os recebe em tom solene, com grandes mesuras, e intitula-se a si mesmo de "senhor bibliotecário".

Os poemas que Hölderlin escreve nessa longa fase de loucura são assinados com nomes estranhos: Killalusimeno, Scardanelli, etc. À parte alguns períodos de lucidez, não retornou ao convívio social.
 

Mundo mítico

Hölderlin participou, como todos de sua geração, do clima de expectativa exagerado pelos sucessos revolucionários da França. Prestou inicialmente tributo às idéias da época, mas já em Tübingen revela-se diferente.

Como Goethe e Schiller, era helenizante, mas sua Grécia era tão estranha que aqueles poetas não entenderam suas traduções de Sófocles, aparentemente absurdas. Como nos românticos, a natureza está presente em sua poesia, mas é uma outra natureza, ligada ao mundo mítico pagão da Grécia.

O que era só filologia clássica ou artifício poético consciente em Goethe e Schiller, transformou-se, para Hölderlin, em realidade. Seu classicismo parece mais real, porque o poeta acreditou, de fato, nos deuses e na interferência das parcas, do destino.

Em princípio, Hölderlin pode ser definido como poeta essencialmente religioso, combinando panteísmo órfico e elementos cristãos.

Poeta do sagrado, descobrindo na Grécia antiga o lado dionisíaco, Hölderlin foi ignorado por Goethe e exaltado por Nietzsche. Segundo Heidegger, foi um "poeta da poesia", pois acreditava que "o que permanece, fundam-no os poetas".
 

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