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Fritz Lang Cineasta austríaco, naturalizado norte-americano

5/12/1890, Viena, Áustria

2/8/1976, Los Angeles, EUA.

Da Página 3 - Pedagogia & Comunicação

04/09/2005 16h17

Filho de um construtor, Friedrich Christian Anton Lang cursou a faculdade de arquitetura, na Universidade de Viena. Depois de viajar e trabalhar em diversos países da Europa, Ásia e norte da África, entre 1919 e 1914, Lang estabeleceu-se em Paris e começou a trabalhar como pintor.

Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, Lang tornou-se oficial do exército austro-húngaro. Ferido em combate, em 1916, passou a criar roteiros para cinema, principalmente de filmes de terror e de suspense.

Com o fim da guerra, mudou-se para Berlim para trabalhar com o produtor Erich Pommer. Em 1919, foi lançado o filme "O Gabinete do Dr. Caligari", de Robert Wiene, cujo roteiro foi parcialmente escrito por Lang.

Entre 1919 e 1920, Lang lançou uma série de filmes intitulados "Die Spinnen", que o tornaram conhecido. O cineasta deu início ao expressionismo alemão, uma estética que dá vazão às reações subjetivas, criadas por objetos e cenários de grande intensidade visual, explorando as distorções e o uso do preto-e-branco.

Em 1922 estreou "Dr. Marbuse", um estudo sobre uma mente criminosa. Nesse mesmo ano casou-se coma atriz e escritora Thea von Harbou, autora de "Metropolis" - livro que deu origem a um dos filmes mais famosos de Lang. Dois anos depois, realizou "Os Nibelungos", baseado num romance medieval.

Em 1926, o filme "Metrópolis", que se passa em 2026, estreou como o primeiro filme de ficção científica da história do cinema. Fritz Lang realizou seu primeiro filme sonoro em 1931, "M, o Vampiro de Dusserldorf", a história de um serial killer de crianças.

Pouco antes de os nazistas tomarem o poder na Alemanha, Lang estreou o filme "O Testamento do Dr. Marbuse", no qual descreve a filosofia nazista. O filme foi proibido. Apesar disto, Lang foi convidado pelos nazistas para dirigir documentários de propaganda política.

Em vez disso, ele abandonou Berlim e passou a morar em Paris, apesar de sua mulher ter permanecido na Alemanha e aderido ao nazismo. Em 1935, Lang mudou-se para os Estados Unidos, conseguindo cidadania norte-americana.

No ano seguinte realizou "Fúria", considerado seu melhor filme americano. Realizou ainda alguns outros filmes, como "Almas Perversas", "Desengano" e "Corrupção". Em 1956 abandonou o esquema comercial de Hollywood para voltar a viver na Alemanha, onde dirigiu, em 1960, "Os Mil Olhos do Dr. Marbuse".

Em 1963, foi convidado pelo cineasta Jean-Luc Godart a desempenhar um papel no filme "O Desprezo". No ano seguinte, já quase cego, presidiu o Festival de Cinema de Cannes. O cineasta voltou a morar nos Estados Unidos, onde passou seus últimos anos. Embora tenha parado de produzir, teve sua filmografia reavaliada pela crítica, passando a ser prestigiado como um dos maiores criadores da história do cinema.