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General Carneiro O herói da Lapa

28/11/1846, Serro, MG

09/02/1894, Lapa, PR

Da Novelo Comunicação

24/01/2014 11h54

Antônio Ernesto Gomes Carneiro (1846-1894) foi um importante general brasileiro, morto no episódio do Cerco da Lapa (no Paraná) e considerado herói na Revolução Federalista (1893-1895). Entrou para a história como o “Herói da Lapa”.

Nascido na antiga cidade do Serro Frio, hoje apenas Serro, em Minas Gerais, em 1846, é filho de um farmacêutico que desejava que ele seguisse a sua profissão, e de uma mãe muito religiosa que o queria padre.

Carneiro começou os estudos na sua cidade natal, foi para o Seminário de Diamantina e estudou em Curvelo, também em Minas. Chegou a cursar farmácia, mas mudou-se para o Rio de Janeiro onde foi estudar humanidades.

Na época em que ele estava na capital fluminense, estourou a Guerra do Paraguai. Carneiro acabou alistando-se como soldado no dia 2 de janeiro de 1865. Foi o primeiro soldado do corpo de Voluntários da Pátria, e começou ali a sua carreira militar.

Os primeiros combates ocorreram no Rio Grande do Sul, para onde ele foi enviado após o alistamento. Era conhecido pela bravura, o que na Guerra do Paraguai o levou a conquistar os postos de primeiro sargento e alferes. Em 1872, matriculou-se na Escola Militar. Foi logo promovido a tenente (1875), depois capitão (1877), major (1887), tenente-coronel (1890) e coronel (1892). Poucos anos depois, criou no Rio de Janeiro um Colégio Militar para os filhos órfãos dos combatentes da Guerra do Paraguai e filhos de veteranos da guerra.

Durante o reinado de D. Pedro 2º (1831-1889), aproximou-se do imperador durante um problema pessoal. Um de seus filhou sofreu um acidente e teve as pernas decepadas. D. Pedro 2º, então, além de lhe fazer uma visita cordial, providenciou para o menino o primeiro aparelho ortopédico usado no Brasil, possibilitando que o garoto voltasse a andar.

Já no período da República, durante a crise que levou à renúncia de Deodoro da Fonseca, Gomes Carneiro foi auxiliar de Floriano Peixoto num dos períodos mais difíceis de seu governo, quando enfrentava críticas da elite e protestos que pediam a realização de novas eleições. Uma dessas insurgências foi a Revolução Federalista (1893-1895), no Rio Grande do Sul.

Carneiro foi mandado por Floriano para defender o Paraná. Sua batalha mais importante ficou conhecida como o Cerco da Lapa, na cidade de Lapa, no Paraná, em 1894. O confronto opôs as tropas republicanas, os chamados pica-paus (legalistas), e os maragatos (federalistas), contrários ao sistema presidencialista.

As tropas do coronel estavam em grande desvantagem – eram pouco mais de 600 homens contra 3.000 adversários – e ainda assim, resistiram por 26 dias até serem derrotados. O tempo de resistência permitiu que o governo organizasse tropas para combater os revoltosos. Esse sangrento acontecimento militar contribuiu para a consolidação da República.

A batalha custou a vida de Gomes Carneiro. Ele foi atingido por um projétil e morreu dias depois, em 9 de fevereiro, aos 48 anos. Está enterrado no Panteão dos Heróis, junto com outros combatentes, em Lapa (PR). Um dia antes de morrer, ele foi promovido a general, mas não recebeu a notícia a tempo.