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George Gordon Noel, Lord Byron Poeta inglês

22/1/1788, Londres, Inglaterra

19/4/1824, Missolonghi, Grécia

Da Página 3 - Pedagogia & Comunicação

31/07/2005 08h09

"Não, não te assustes; não fugiu o meu espírito;/ Vê em mim um crânio, o único que existe,/ Do qual, muito ao contrário de uma fronte viva,/ Tudo aquilo que flui jamais é triste." Quem aceitar o convite de Lord Byron, autor destes "Versos Inscritos numa Taça Feita de um Crânio", vai penetrar no universo profundo, escuro, satânico, ao mesmo tempo lírico e sarcástico, de um dos maiores poetas do romantismo.

Byron herdou seu título de nobreza de seu tio-avô William, em 1798. Em 1801 foi estudar em Harrow, uma das mais tradicionais escolas inglesas e, em 1805, entrou para a Universidade de Cambridge.

Seu livro de estréia, "Ociosidade das Horas", foi mal recebido pela crítica da revista escocesa "Edinburgh Review". Byron respondeu por meio de um poema satírico intitulado "Bardos Ingleses e Críticos Escoceses".

Aos 21 anos, ingressou na Câmara dos Lords, no Parlamento inglês. Pouco depois, partiu para uma longa viagem pela Europa e pelo Oriente. Em 1812, publicou sua primeira obra de sucesso, os cantos iniciais de "Peregrinação de Childe Harold". A obra teve sucessivas edições em inglês e foi traduzida para várias outras línguas. Byron publicou a seguir, também com sucesso, outras obras, como "O Corsário" e "Lara", poemas de expressão oriental.

Em 1815 casou-se com Anne Milbanke, de quem se divorciaria no ano seguinte. A separação causou escândalo na sociedade da época, em que já circulavam rumores de incesto na relação de Byron com sua meia-irmã, Augusta Leigh. No ano seguinte, Byron partiu para o exílio, de onde nunca mais retornaria.

Mudou-se para Veneza, onde passou a levar uma existência mundana e a freqüentar os salões da Condessa Albrizzi e de Benzoni. Sua vida extravagante, repleta de aventuras, amantes e bebida, foi documentada em suas "Cartas". Neste período lançou o poema "Beppo, uma história veneziana", satirizando a sociedade da época.

Em 1819 escreveu o poema herói-cômico "Don Juan", que ficaria para sempre inacabado. Neste mesmo ano, uniu-se à Condessa Teresa Guiccioli, mudando-se com ela para Ravena. Lá participou da conspiração fracassada dos carbonários, movimento nacionalista que procurava libertar a Itália, parcialmente sob o domínio austríaco e em parte sob a autoridade da Igreja católica.

Partiu então para Pisa, onde escreveu "O Deformado Transformado", drama com traços autobiográficos. Convencido a participar da luta pela independência da Grécia, viajou para Cefalônia em 1823. Lá combateu ao lado dos gregos contra os turcos, conseguindo financiamento para a guerra.

No início de 1824 foi para Missolonghi, acompanhado de um adolescente grego, Loukas, a quem dedicou seus últimos poemas. Acometido de uma febre, acabou morrendo, aos 36 anos.

Seus restos mortais foram transladados para a Abadia de Westminster, que recusou abrigar o poeta, devido à sua reputação de libertino e imoral. Byron foi sepultado perto da Abadia de Newstead, onde estão seus ancestrais.

A figura aventureira de Byron - seja como amante, seja como guerreiro - serviu de inspiração à juventude romântica de vários países nessa época, inclusive no Brasil. Na recém-fundada Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, o byronismo influenciou diversos alunos que se destacariam em nossas letras e procuravam reproduzir - nos estreitos limites que a província permitia - a boêmia amorosa e alcoólica byoniana.