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George Sand Escritora francesa

1º de julho de 1804, Paris (França)

8 de junho de 1876, Nohant, Indre (França)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

26/11/2008 01h48

Aurore Dupin, baronesa Dudevant, que usava o pseudônimo de George Sand, cresceu no castelo de Nohant, influenciada pelo liberalismo aristocrático da avó paterna. Estudou num convento de Paris, onde desenvolveu tendências místicas. De volta a Nohant, viveu livremente, lendo e montando a cavalo, até seu casamento com Casimir Dudevant, em 1821.

A união, contudo, dissolveu-se, e Aurora foi para Paris. Colaborou com o jornal Le Figaro e escreveu, com Jules Landau, o romance Rose et Blanche. Em 1832 estreou como escritora independente, com o romance Indiana, inspirado em sua experiência da vida matrimonial, alcançando grande sucesso.

George Sand participou do movimento romântico, aderiu aos ideais socialistas de Saint-Simon e adotou o modo de vida da boêmia literária.

Colocando em prática suas teorias sobre a emancipação feminina, começou a usar trajes masculinos e tornou-se célebre por seus numerosos casos de amor, sobretudo por sua relação com Musset e Chopin. Seus romances, sentimentais e idealistas, em que os personagens se preocupam exclusivamente com o amor, conquistaram os leitores da primeira metade do século 19.

Seu romance Indiana é uma obra erótica e psicológica, um protesto contra as convenções sociais que cerceiam a liberdade da mulher. Na mesma linha escreveu Valentine e Lélia. No primeiro, uma jovem senhora apaixona-se por um camponês.

Mauprat, romance de 1837, é um romance passional, refletindo uma vaga aspiração ao progresso social. Mística e humanitária, George Sand entusiasmou-se também pelas idéias socialistas defendidas por Pierre Leroux.

George Sand participou ativamente dos acontecimentos políticos de 1848, endereçando apelos veementes ao povo. Após os episódios sangrentos de junho afastou-se da vida pública, retirando-se para Nohant, que lhe inspirara os romances O Charco do diabo, François, o bastardo, o melhor de sua obra.

Com o passar dos anos, o romantismo revolucionário de George Sand transformou-se em moralismo conservador. Ela também produziu romances ambientados entre a alta sociedade e obra autobiográficas, como Ele e ela, de 1859.
 

Obra idealista

Goerge Sand escreve com fluência e sua obra completa abrange mais de cem volumes. Criou uma língua nova para o camponês, um meio termo entre o francês literário e o patois (dialeto popular encontrado da Bélgica e na França). Apesar das descrições realistas do ambiente rural, sua obra é essencialmente idealista. Escreve sobre o homem como gostaria que ele fosse, e não como ele é. Em conseqüência, alguns de seus personagens são artificiais ao extremo.

Suas heroínas desesperadas e seus heróis galantes e pálidos não conseguem captar o interesse do leitor moderno. Os diálogos são retóricos, os ideais mais romanescos que ideológicos. Os romances campestres são fastidiosos, sentimentais e elegantes demais para o cenário rústico em que são ambientados.

A autora buscou inspiração nos contos do alemão Berthold Auerbach e sua obra chegou a influenciar Turgueniev e Dostoiévski.
 

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