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George W. Bush Presidente dos EUA entre 2001 e 2008

New Haven, Connecticut, em 1946

Da Redação<br>Em São Paulo

28/02/2004 22h38

Reeleito em novembro de 2004 para governar pela segunda vez consecutiva a maior potência econômica do planeta, o republicano George Walker Bush teve a maior votação dos Estados Unidos desde 1980, quando Ronald Reagan assumiu a Casa Branca. Mais de 114 milhões de americanos foram às urnas para decidir entre Bush e o senador John Forbes Kerry, candidato democrata. Bush venceu no voto popular -teve mais de 3,5 milhões de votos que Kerry-, no Colégio Eleitoral, na Câmara e no Senado.

George W. Bush nasceu em 6 de julho de 1946 em New Haven, Connecticut. Casado com Laura Welch Bush, ex-professora e bibliotecária, o casal tem duas filhas gêmeas, Barbara e Jenna. Também fazem parte da primeira-família o cachorro Barney e a gata India.

Eleito pela primeira vez em 2000 após uma disputa bastante polêmica (teve menos votos populares que seu oponente Al Gore), Bush tomou posse em 20 de janeiro de 2001, após uma campanha na qual apresentou amplas propostas de reforma das escolas públicas, de transformação da defesa nacional, de redução de impostos, de modernização do Social Security (previdência social) e do Medicare (seguro-saúde público) e de estímulo a organizações religiosas e comunitárias para que essas trabalhassem juntamente com o governo no sentido de ajudar os norte-americanos carentes.

O presidente Bush foi durante seis anos o 46º governador do Estado do Texas, onde criou a reputação de ser um conservador compassivo que modelou as políticas públicas baseado nos princípios do governo limitado, da responsabilidade pessoal, da família forte e do controle pelas municipalidades.

O 43º e atual presidente dos Estados Unidos cresceu em Midland e em Houston, no Texas. Graduou-se pela Universidade Yale em 1968, e depois serviu como piloto de um caça F-102 na Guarda Aérea Nacional do Texas. Ele obteve o título de mestre em administração de empresas pela Escola de Administração da Universidade Harvard em 1975. A seguir, voltou para Midland e deu início a uma carreira no setor de energia. Após trabalhar com sucesso na campanha presidencial do pai, em 1988, criou o grupo de parceiros que comprou os direitos da equipe de beisebol Texas Rangers em 1989.

Texas Rangers
Ele foi gerente geral dos Texas Rangers até ser eleito governador, em 8 de novembro de 1994, com 53,5% dos votos. George W. Bush tornou-se o primeiro governador da história do Texas a ser eleito para dois mandatos consecutivos de quatro anos, ao se reeleger, em 3 de novembro de 1998, com 68,6% dos votos.

Desde que assumiu a presidência, o presidente Bush tem promovido leis arrojadas para melhorar o nível das escolas públicas, exigir responsabilidade dos órgãos públicos e fortalecer o controle por parte dos governos locais. Ele promoveu uma redução fiscal que proporcionou restituições e impostos mais baixos a todos os que pagam imposto de renda nos Estados Unidos.

Bush aumentou o salário e os benefícios para os militares norte-americanos e pretende aprimorar o Social Security e o Medicare. Ele também se comprometeu a criar uma era de responsabilidade nos Estados Unidos, e pediu a todos os norte-americanos que sejam "cidadãos, e não expectadores; cidadãos, e não indivíduos passivos; cidadãos responsáveis construindo comunidades de serviço e uma nação de caráter".

Guerra ao terror
Os ataques de 11 de setembro de 2001 modificaram os Estados Unidos. Segundo as palavras do presidente Bush, referindo-se aos atentados: "No nosso pesar e raiva descobrimos a nossa missão e o nosso momento". Na ocasião, declarou guerra ao terror e anunciou que os objetivos da sua administração são a vitória na guerra contra o terrorismo e a promoção da liberdade humana. As forças armadas dos Estados Unidos e uma grande coalizão de nações já libertaram o povo do Afeganistão do brutal regime Taleban e acabaram com o refúgio desfrutado pela Al Qaeda naquele país. Milhares de terroristas foram capturados ou mortos e as operações dos extremistas foram neutralizadas em vários países.

Segundo as palavras do presidente: "A nossa nação -esta geração- eliminará uma ameaça negra de violência que paira sobre o nosso povo e o nosso futuro. Mobilizaremos o mundo para esta causa com os nossos esforços e a nossa coragem. Não nos cansaremos, não hesitaremos e não fracassaremos".

A última afirmação, sobretudo, é muito discutível, quando se inclui na política de combate ao terror a invasão do Iraque, em 20 de março de 2003, e a derrubada do ditador Saddam Hussein. As razões alegadas por Bush para a declaração de guerra -a existência de armas de destruição em massa- não foram comprovadas.

Além disso, se derrubar o ditador foi uma operação militar fácil e rápida, o contrário se dá no que concerne à restauração da ordem no Iraque. Uma guerra civil só não eclode no país devido à presença das tropas norte-americanas, mas essa presença, por outro lado, tem desencadeado a atuação sistemática de grupos terroristas. Deixar o Iraque tornou-se um grande problema para Bush.

Perto do poder
Segundo vários autores, o sucesso financeiro da família Bush se explica em larga medida pela atuação política de seus membros, situação que permitiu aos Bush ter diversas informações privilegiadas, muito úteis no mundo dos negócios.

Os excelentes contratos que a empreiteira Halliburton, da qual o vice-presidente Dick Cheney é sócio, obteve para reconstruir o Iraque são apontados como exemplo de como os Bush, pai e filho, usam a política para ter sucesso nos negócios.

OS EUA do primeiro mandato de Bush atravessaram um período de grande crescimento econômico, mas não foram capazes de absorver um grande contingente de desempregados. Analistas sustentam que Bush, ao reduzir drasticamente os impostos pagos pelos mais ricos, contribuiu para um enorme déficit público.

Desde a reeleição, contudo, o presidente tem sido alvo de fortes críticas, até de ex-aliados, seja sobre a situação das tropas americanas no Iraque, ou sobre a prática de tortura na prisão iraquiana de Abu Graib e de Guantânamo, em Cuba. No âmbito interno, também são questionadas suas posições sobre as pesquisas com células-tronco, quanto ao seu desempenho por ocasião do furacão Katrina e acerca de escândalos administrativos. Sua popularidade tem declinado nos últimos dois anos.

Nas eleições de 2008, não conseguiu eleger o seu candidato republicano John McCain e entregou o governo ao seu sucessor, o democrata Barack Obama, em 20 de janeiro de 2009.

Com informações do USA Today e The White House Historical Association