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Georges-Jacques Danton Advogado, político e revolucionário francês

26/10/1759, Arcis-sur-Aube, França

05/04/1794, Paris, França

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

14/07/2006 16h25

Georges Jacques Danton nasceu em uma família da pequena burguesia, filho do advogado Jacques Danton e de sua segunda esposa, Marie-Madeleine Camus. Após estudar no seminário de Troyes, Danton recusou a carreira eclesiástica e partiu para Paris, onde trabalhou num gabinete de advocacia. Após seis meses na faculdade de Reims, comprou uma licença em direito em 1784.

Exercendo a profissão em Paris, preferia frequentar os cafés e se cercar de muitos amigos. O casamento com Antoinette Charpentier, filha de um rico parisiense, permitiu que obtivesse um cargo de advogado no Conselho do Rei em 1787. Dois anos depois começou a participar, junto com Marat e Camille Desmoulins, de reuniões no distrito de Cordeliers, de onde saíram os líderes dos sans-culotte, a camada da população composta por artesãos, aprendizes e proletários.

Graças as suas qualidades de orador, tornou-se presidente dos cordeliers. O seu talento oratório se exprimia com frases violentas, mas era indulgente e se considerava discípulo dos filósofos iluministas, mesmo não tendo lido muitas de suas obras. Não via como conspiradores todos os que não pensassem como ele.

Em 1791, no decorrer da processo revolucionário iniciado em 1789, Danton apoiou os jacobinos que queriam a substituição de Luis 16 por Philippe d'Orleans, enquanto que os cordeliers exigiam a abdicação do rei. Após o fuzilamento de manifestantes republicanos no Campo de Marte em julho daquele ano, Danton se refugiou um tempo na Inglaterra.

No seu retorno, no mês de novembro, substituiu o procurador da Comuna de Paris, com a ajuda do tribunal que praticava, então, a política do Terror. Foi nomeado Ministro da Justiça. Depois deixou o cargo para assumir o cargo de deputado de Paris, opondo-se a Robespierre, não pelas convicções, mas pelo estilo que não compartilhavam.

Em setembro de 1792, frente à ameaça de uma invasão prussiana, o clima de traição e desconfiança envenenou a todos. O povo, num ato descontrolado, invadiu as prisões cheias de defensores da nobreza , matando os prisioneiros a golpes de pau, espada e foice. O episódio ficou conhecido como "os massacres de setembro".

Temendo a repetição de atos brutais, Danton participou da criação do Tribunal Revolucionário. O paradoxo da Revolução persistia: ao mesmo tempo em que ela não poupava sangue, multiplicavam-se os decretos pelos direitos gerais da cidadania.

Danton entrou no Comitê de Salvação Pública, órgão executivo da República, responsável pela política estrangeira e por assuntos militares. Rapidamente emergiram os problemas. Mesmo os jacobinos o acusam de defender interesses próprios. Robespierre tomou a frente do Comitê. Danton defendeu as reivindicações dos sans-cullotes e apoiou a criação do exército revolucionário.

Devido às suas posições, pediu licença em outubro de 1793 e retirou-se para Arcis-sur-Aube. Retornando em novembro, perdeu seu lugar no grupo dos cordeliers para seu antigo amigo Hebert, que espalhava idéias socialistas. Criou o movimento dos indulgentes, repeliu a violência anti-religiosa e desaconselhou a execução de Maria Antonieta.

A ruptura dos "dantonistas" com os jacobinos foi consumada no fim de 1793, período durante o qual Robespierre tentou manter o equilíbrio político do seu governo afastando mais os radicais e os moderados. Devido às medidas tomadas por Robespierre, Danton se encontrava isolado e acabou acusado de ser um inimigo da República.

Foi julgado pelo tribunal revolucionário a partir de um ato de acusação preparado por Saint-Just. Defende-se com tanta eloquência que a Convenção demora para fechar os debates. Condenado, foi guilhotinado em 5 de Abril de 1794 em companhia de Camille Desmoulins.