Gonçalves Ledo Político e jornalista fluminense
11/08/1781, Rio de Janeiro (RJ)
19/05/1847, Fazenda do Sumidouro, município de Macacu (RJ)
Com apenas 14 anos Joaquim Gonçalves Ledo partiu para estudar em Coimbra, Portugal. Retornou ao Brasil em 1808, devido à morte de seu pai. Liberal e dotado de forte patriotismo, Ledo havia sido iniciado na maçonaria.
Embora a independência fosse o desejo da maioria dos brasileiros, havia muitas divergências entre eles. O "partido brasileiro", apoiado pela aristocracia rural do sudeste, queria a criação de uma monarquia dual, para preservar a autonomia administrativa e a liberdade de comércio. Os liberais radicais, comandados por Gonçalves Ledo, contavam com as camadas populares urbanas e buscavam não apenas a independência, mas também a democratização da sociedade brasileira.
Em 9 de dezembro de 1821, as Cortes de Lisboa ordenavam o imediato retorno de dom Pedro a Portugal. A decisão do príncipe de permanecer no Brasil, no Dia do Fico (9 de janeiro de 1822), foi produto de um amplo movimento, no qual se destacou José Bonifácio, nomeado ministro do Reino e dos Estrangeiros por dom Pedro.
Para resistir às ameaças de recolonização, foi decretada, em 16 de fevereiro de 1822, a convocação de um Conselho de Procuradores Gerais das Províncias do Brasil. Nele, Gonçalves Ledo propôs a convocação de uma Assembléia Constituinte eleita pelo povo.
Em maio de 1822, dom Pedro determinou que qualquer decreto das Cortes de Lisboa só poderia ser executado no Brasil mediante o "Cumpra-se" assinado por ele. Enquanto isso, Gonçalves Ledo e outros pedem ao príncipe regente a convocação de uma Assembléia Constituinte. O príncipe acatou a sugestão e decretou a sua convocação em junho de 1822.
José Bonifácio foi obrigado a aceitá-la, mas propôs a eleição indireta, que acabou prevalecendo contra a vontade dos liberais radicais, que defendiam a eleição direta dos constituintes. Em 7 de setembro de 1822, dom Pedro rompeu definitivamente com Portugal e em 1 ° de dezembro do mesmo ano tornou-se o primeiro imperador do Brasil.
Em 1835, Ledo consta entre os Deputados da Assembléia Provincial do Rio de Janeiro, mas neste mesmo ano abandona a política e a Maçonaria, indo recolher-se em sua fazenda, a Sumidouro, no município de Macacu, vindo a falecer, com 66 anos de idade, aos 19 de maio de 1847, de ataque cardíaco.